A expressão “na cauda da Europa”, associada a Portugal com conotações negativas, faz-nos pensar se, em matéria de crime sexuais, somos (fomos) efetivamente um país lento naquilo que é a regra na Europa relativamente à natureza pública deste tipo de crimes.
Tornar a violação um crime público pode ser um projeto bem intencionado, mas na realidade poderá afetar negativamente as vítimas de violência sexual — quem mais precisa de segurança e apoio — retirando-lhes o direito à escolha, à autonomia e ao tempo de que precisam para recuperar do trauma.
Na manhã de quinta-feira, soube-se que o cardeal Américo Aguiar, bispo de Setúbal, estará nas jornadas parlamentares conjuntas do PSD e CDS-PP, que decorrem no início desta semana em Évora. O mesmo bispo já esteve em iniciativas de outros partidos e, se uma tal atitude é discutível e passível de opi
Quando as ondas de calor chegaram este ano, houve entidades a emitir alertas e conselhos sobre hidratação e cuidados a ter. No entanto, foram poucas as notícias a ecoar essa sensibilização tão importante para salvar vidas, sobretudo entre os mais idosos e as pessoas mais vulneráveis.
Se o Benfica quer realmente moldar o futuro dos direitos televisivos, terá de decidir rapidamente se prefere ser arquiteto do novo modelo ou espectador crítico de um resultado que, entretanto, outros irão construir.
Chegou o verão. As crianças deixam em casa os livros escolares, os dias esticam-se até às dez da noite (ou mais tarde), o calor cola-se à pele e os feeds voltam a encher-se de cocktails tropicais, chapéus de palha, sunsets e refeições que fazem crescer água na boca. Parece que está tudo a viver o ve
Em Portugal, trabalhar até às 2 da manhã é sinal de dedicação, e não de desequilíbrio. Vivemos numa sociedade que julga quem descansa e romantiza o burnout. Estamos, coletivamente, doentes — e aplaudimos o colapso como se fosse mérito.
A Primeira República portuguesa nasceu com uma energia difícil de ignorar. Trazia consigo a retórica do progresso, a missão pedagógica de civilizar o país e a promessa de uma nova era, livre de superstição, atraso e privilégio dinástico. Foi um tempo de reformas entusiásticas, de expansão do ensino,
Está em curso a batalha final pelo assalto ao poder político em Espanha. O resultado é incerto, mas as direitas nunca nos últimos sete anos sentiram o regresso ao governo tão ao alcance da mão.
Em junho de 2025, a comunidade de cibersegurança foi abalada por uma descoberta de proporções históricas. Vieram a público mais de 16 mil milhões de credenciais expostas, fruto de um tipo de software malicioso que, de forma invisível, recolheu dados confidenciais durante anos. Até à data, o maior in
A Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) era uma sombrinha norte-americana que garantia a segurança da Europa; agora é um conjunto de países aterrorizados com a falta de fiabilidade dos Estados Unidos.
Quando termina um ciclo de escrita de crónicas num único sítio, no meu caso aqui, na Madremedia, no contexto do Sapo 24, é inevitável pensar que o fim é também fruto do tempo. Outras vozes ocuparão este espaço semanal e dirão coisas distintas, apresentarão perspectivas e convicções.
Os progressos informáticos e os dinheiros do Programa de Recuperação e Resiliência (PRR) permitiam, permitem, o estabelecimento de um Registo de Saúde Electrónico e de um Processo Clínico Único. É exequível. É possível. Tal possibilita que esteja nas mãos do cidadão, devidamente encriptado, tudo o q
No fundo, é o problema de todos os dirigentes europeus (e muitos não europeus): provar que um ambiente democrático dá melhores resultados, não morais (que são sempre discutíveis), mas concretos, materiais.
A poucos quilómetros de Évora, num dos mais belos recantos do Alentejo, ergue-se o Cromeleque dos Almendres — um dos mais antigos e impressionantes monumentos megalíticos da Europa. Mais antigo do que Stonehenge, mais misterioso do que qualquer manual de arqueologia consiga explicar. E, no entanto,
Portugal enfrenta um desafio estrutural inadiável: a reforma do Estado. Esta não é apenas uma questão de modernização ou eficiência administrativa, mas uma condição essencial para que o país se torne mais competitivo e menos desigual.
Para muitas famílias de crianças com cancro, viver com 65% do rendimento mensal significa abdicar do essencial. Significa escolher entre pagar a renda ou cobrir o custo das várias deslocações para o hospital.