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O mundo desenvolve-se a uma velocidade frenética. As pessoas crescem com sonhos e encontram múltiplos desafios, há expectativas da sociedade, das famílias, dos  amigos e dos próprios. Os sistemas educativo e económico, muitas vezes, não  acompanham este desenvolvimento e daí surgem as consequências desta pressão e, por vezes, um desencanto com a realidade. 

São vários os jovens na faixa etária entre os 20 e os 30 anos a chegar à consulta de psicologia com a sensação de estar a ficar para trás, de não conseguir acompanhar  as expectativas colocadas direta ou indiretamente sobre si. Se antes a pressão vinha da família para a escolha de um curso, agora vem também da mais recente conquista partilhada online por alguém. A comparação constante com os pares infiltra-se em muitas áreas da vida: a profissão, a liberdade horária, as viagens, a casa nova, o casamento, os filhos, a situação financeira. Tudo isto é escrutinado e avaliado ao ínfimo pormenor e culmina numa constatação: ainda não sei quem sou ou o que quero, mas estou a ficar para trás.  

Ao mesmo tempo, há uma crescente cultura do equilíbrio vida-trabalho que acaba por ser incompatível com algumas destas exigências.  

Quais as consequências desta pressão para cumprir papéis de excelência o mais cedo possível?  

Ansiedade – Sensação constante de se estar atrasado em relação aos outros e medo  de tomar decisões “erradas” e irreparáveis. 

Dificuldade de tomada de decisões- Múltiplas opções e expectativas elevadas fazem  com que haja tendência para se adiar escolhas importantes com receio de falhar. 

Burnout – A pressa para chegar a um qualquer lugar mesmo sem saber qual, leva à  utilização de recursos para cumprir padrões impostos, sendo que estes recursos não  são canalizados para algo satisfatório e motivador. Há mais cansaço e desgaste rápido  que não correspondem às expectativas construídas sobre a vida adulta.

Baixa autoestima – O conceito de sucesso é criado com base na comparação e na  competitividade. Ao não ter o que os outros têm, ou da forma que os outros têm, surgem  pensamentos derrotistas e sentimentos de vergonha.  

Conflito entre desejos e realidade – Querem equilíbrio, preocupam-se com a saúde  mental e o bem-estar geral, mas mantêm-se forçados a priorizar o futuro profissional e  financeiro. Surgem sentimentos de culpa por desejar uma vida diferente das  expectativas envolventes.  

Insegurança – Sensação de que o futuro é incerto e instável. 

A prevenção, será sempre a aliada para encontrar equilíbrio entre as  necessidades do próprio e os desafios desta etapa da vida. Desde cedo, é importante  colocar os jovens em contacto com o mundo envolvente; dar experiências enriquecedoras que permitam criar uma estrutura do “eu” mais sólida e consistente; incentivar o desenvolvimento de atividades de lazer onde os jovens descobrem o que  gostam de fazer, os seus pontos fortes e como lidam com diferentes situações; dar  oportunidade desde cedo para tomarem pequenas decisões sobre o seu dia-a-dia; evitar  a comparação com outras crianças. 

Estamos centrados nos resultados, mas o mundo envolvente pede que nos  centremos no processo. Um passo de cada vez, os jovens podem tomar decisões que  os orientam numa direção e, assim, caminhar com a certeza de que o estão a fazer  apenas por si.  

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