Num mundo marcado pelas alterações climáticas e pela perda de biodiversidade, os desafios ambientais são particularmente grandes. Em Portugal, o associativismo ecologista é essencial, e nesse contexto a Quercus assume-se como um agente ativo e facilitador de mudança.
Criada a 31 de outubro de 1985, a Quercus contribuiu para dar visibilidade às questões ambientais em Portugal, numa altura em que o tema ainda era pouco falado. Ao longo dos seus 40 anos de existência, tem promovido campanhas, ações locais e projetos que envolvem comunidades e voluntários em todo o país. A sua presença no terreno e o trabalho contínuo tornaram-na uma das vozes mais reconhecidas e ativas na defesa do ambiente.
Como qualquer instituição, a sua relevância mede-se pelos resultados alcançados no terreno. São exemplos da ação pioneira da Quercus a criação de uma rede de micro-reservas, a criação de zonas de alimentação de abutres, a aquisição de terrenos para fins de conservação da natureza (como o Monte Barata, em 1992, no concelho de Castelo Branco), a gestão de centros de recuperação de animais selvagens e projetos de reabilitação ecológica, como o do Cabeço Santo, em Águeda.
Para além da Conservação da Natureza, muitas outras áreas temáticas se foram desenvolvendo. O reconhecimento internacional, com distinções como o Prémio Global 500 das Nações Unidas, em 1992, mostra que o impacto do seu trabalho vai muito além das fronteiras nacionais.
Com vários desafios para ultrapassar, cresce em Portugal um olhar de forma diferente para a água, para as florestas, para o uso de herbicidas (e outros pesticidas), para a energia ou para a economia circular. A mudança de mentalidade em curso, que resulta de décadas de trabalho e de mobilização cívica, fizeram da causa ambiental uma responsabilidade partilhada. Essa responsabilidade foi também assumida por figuras da ciência, da cultura e da política, como Mário Soares, Gonçalo Ribeiro Telles, Jorge Paiva, Viriato Soromenho Marques e Filipe Duarte Santos, que são alguns dos associados que ao longo dos anos se juntaram a esta causa.
Num momento em que a sustentabilidade se tornou palavra de ordem, a Quercus relembra-nos que o verdadeiro progresso mede-se em equilíbrio, coerência e compromisso. O associativismo ecológico é a expressão mais nobre destas ideias. É um espaço onde cada cidadão pode ser parte da solução e onde a defesa do ambiente é, acima de tudo, um ato de construção coletiva da realidade que queremos.
Porque proteger a natureza é proteger o futuro, onde a Quercus é a prova viva de que, quando a sociedade se une em torno de uma causa justa, a mudança acontece.
Hoje estamos todos de parabéns pelos 40 anos da Quercus.
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