Acompanhe toda a atualidade informativa em 24noticias.sapo.pt
Os ataques aéreos israelitas em Gaza na noite de terça-feira resultaram na morte de pelo menos 60 palestinianos, incluindo 22 crianças, e em cerca de 200 pessoas feridas, segundo a agência de defesa civil de Gaza. Este incidente representa o desafio mais grave até agora ao frágil cessar-fogo mediado pelos Estados Unidos e assinala o dia mais mortífero desde o início da trégua.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, ordenou os ataques após um tiroteio entre tropas israelitas e militantes palestinianos e no contexto de crescente indignação em Israel devido à entrega por parte do Hamas de partes do corpo de um refém cujos restos tinham sido recuperados pelas forças israelitas há dois anos.
Netanyahu convocou uma reunião de emergência para discutir o que classificou como violações do cessar-fogo por parte do Hamas, enquanto figuras da extrema-direita do governo israelita pressionavam pelo regresso ao conflito aberto. Em consequência, o Hamas adiou a entrega planeada dos restos mortais de outro refém, prevista para terça-feira à noite, negando responsabilidade pelo ataque.
O presidente norte-americano, Donald Trump, afirmou a bordo do Air Force One que “nada” colocaria em risco o cessar-fogo, mas acrescentou que Israel “deve reagir” caso soldados israelitas sejam mortos.
Ainda assim, os ataques da noite de terça-feira expuseram as fragilidades do cessar-fogo, que desde o início tem sido marcado por episódios de violência. Antes destes ataques, o gabinete de media de Gaza acusava Israel de 80 violações desde o início da trégua, com 97 palestinianos mortos e 230 feridos. Mahmoud Bassal, porta-voz da defesa civil de Gaza, descreveu a situação como “catastrófica e aterradora” e considerou os ataques uma “violação clara e flagrante do acordo de cessar-fogo”.
Segundo Bassal, os ataques israelitas atingiram tendas de deslocados, habitações e a proximidade de um hospital na Faixa de Gaza. Quando questionado sobre se se tratava de uma retoma da invasão em grande escala, um porta-voz das Forças de Defesa de Israel (IDF) afirmou ao The Guardian que o exército “não podia ainda detalhar a escala”.
No entanto, esta quarta-feira, as IDF anunciaram a reinstauração do cessar-fogo em Gaza.
"De acordo com a diretiva da cúpula política, e após uma série de ataques, nos quais dezenas de alvos terroristas e terroristas foram atingidos, as Forças de Defesa de Israel (IDF) começaram a reforçar o cumprimento do cessar-fogo em resposta às violações do Hamas", pode ler-se no comunicado partilhado nas redes sociais.
Segundo a informação divulgada, as IDF "atingiram 30 terroristas que ocupavam cargos de comando nas organizações terroristas que operam em Gaza".
"As IDF continuarão a defender o acordo de cessar-fogo e responderão com firmeza a qualquer violação do mesmo", é frisado.
No dia de ontem, anunciaram que, "após uma avaliação da situação e a aprovação do Ministro da Defesa Israel Katz, foi decidido suspender as restrições das Forças de Defesa de Israel nas comunidades israelitas próximas de Gaza".
__
A sua newsletter de sempre, agora ainda mais útil
Com o lançamento da nova marca de informação 24notícias, estamos a mudar a plataforma de newsletters, aproveitando para reforçar a informação que os leitores mais valorizam: a que lhes é útil, ajuda a tomar decisões e a entender o mundo.
Assine a nova newsletter do 24notícias aqui.
Comentários