“Com palavras e com canções, agimos dentro da possibilidade que nos é dada. Não compactuamos com a violação dos Direitos Humanos”, afirmam os artistas num comunicado conjunto enviado à agência Lusa. Entre os signatários estão Cristina Branco, os Bateu Matou, Rita Dias e Djodje, bem como Evaya, Jacaréu e outros nomes selecionados para a edição de 2026 do concurso da RTP.

Os músicos criticam o facto de Portugal ter votado a favor da participação de Israel durante a assembleia-geral da União Europeia de Radiodifusão (UER), no dia 4 de dezembro. No comunicado, recordam que a UER excluiu a Rússia da Eurovisão de 2022 devido à invasão da Ucrânia, lamentando que a mesma medida não tenha sido aplicada a Israel, que, segundo a ONU, está a ser acusado de atos de genocídio na Faixa de Gaza.

A contestação surge num contexto de críticas crescentes à posição portuguesa: além de artistas, também trabalhadores da RTP já manifestaram publicamente desconforto com a permanência de Israel na competição.

A 60.ª edição do Festival da Canção decorre entre fevereiro e março de 2026, com semifinais previstas para os dias 21 e 28 de fevereiro e final marcada para 7 de março. O vencedor representará Portugal na 70.ª edição do Festival Eurovisão da Canção, que terá lugar na Áustria, em maio de 2026, a menos que continue a ganhar força a recusa agora expressa por um conjunto significativo de concorrentes.