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A próxima edição do Festival Eurovisão da Canção (2026), que terá lugar em Viena, entre fevereiro e março, está a tornar‑se o foco de uma enorme polémica, tudo devido à possível presença da delegação de Israel.
O que desencadeou esta crise?
Depois dos ataques e do conflito entre Israel e Hamas em Gaza, várias vozes, entre eles artistas, ex‑concorrentes da Eurovisão, organizações culturais e alguns governos europeus, começaram a exigir a exclusão de Israel da Eurovisão.
A razão invocada foi alegações de graves violações de direitos humanos e um conflito humanitário, que segundo os críticos tornam incompatível a participação de Israel num evento cultural com pretensões de neutralidade.
A entidade organizadora, European Broadcasting Union (EBU / UER), enfrentou pressões internas, tendo reunido pareceres para tomar uma decisão definitiva.
Decisão da EBU e consequências imediatas
Em dezembro de 2025, a EBU comunicou que iria permitir a participação de Israel no Festival 2026, depois de algumas alterações nas regras de votação para tentar mitigar eventuais interferências.
A resposta a este medida foi imediata por parte de vários países, com alguns a confirmarem o boicote ao festival, nomeadamente Espanha, Países Baixos, Irlanda, Eslovénia e mais recentemente Islândia.
Por outro lado, países como França e Austrália confirmaram que continuarão a participar.
Qual a posição de Portugal?
Portugal não anunciou boicote, mas alguns músicos sim.
Dezassete músicos, intérpretes e bandas concorrentes ao Festival da Canção anunciaram esta quarta-feira que não aceitarão representar Portugal na Eurovisão 2026 caso vençam a competição nacional. O protesto surge em resposta à manutenção de Israel no alinhamento do festival europeu.
“Com palavras e com canções, agimos dentro da possibilidade que nos é dada. Não compactuamos com a violação dos Direitos Humanos”, afirmam os artistas num comunicado conjunto enviado à agência Lusa. Entre os signatários estão Cristina Branco, os Bateu Matou, Rita Dias e Djodje, bem como Evaya, Jacaréu e outros nomes selecionados para a edição de 2026 do concurso da RTP.
Os músicos criticam o facto de Portugal ter votado a favor da participação de Israel durante a assembleia-geral da União Europeia de Radiodifusão (UER), no dia 4 de dezembro. No comunicado, recordam que a UER excluiu a Rússia da Eurovisão de 2022 devido à invasão da Ucrânia, lamentando que a mesma medida não tenha sido aplicada a Israel, que, segundo a ONU, está a ser acusado de atos de genocídio na Faixa de Gaza.
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