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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que “na maior parte, existe consenso” sobre os próximos passos do plano de cessar-fogo em Gaza, admitindo, contudo, que “alguns detalhes ainda serão definidos”, diz o The Guardian. Trump indicou que o Hamas estava a reunir os reféns no território, descrevendo as suas condições como “bastante difíceis”.
O acordo mediado pelos EUA, que visa pôr fim a quase dois anos de conflito, prevê a libertação dos restantes 48 reféns israelitas, dos quais cerca de 20 se acredita estarem vivos, até segunda-feira. Em contrapartida, Israel compromete-se a libertar aproximadamente 2.000 prisioneiros palestinianos, incluindo 250 detidos em prisões israelitas antes da guerra e outros 1.700 detidos em Gaza durante os confrontos.
Entre os detidos, não se encontra Marwan Barghouti, líder palestiniano popular e figura potencialmente unificadora, cuja libertação já foi recusada por Israel. Khalil al-Hayya, responsável pelas negociações em nome do Hamas, garantiu que todas as mulheres e crianças detidas em prisões israelitas serão libertadas.
O plano de cessar-fogo de Trump propõe que Israel mantenha uma presença militar indefinida ao longo da sua fronteira com Gaza, enquanto uma força internacional, composta maioritariamente por tropas de países árabes e muçulmanos, assumiria a segurança dentro da Faixa. Os Estados Unidos liderariam um esforço de reconstrução financiado internacionalmente. O plano prevê ainda um papel eventual para a Autoridade Palestiniana, que administra partes da Cisjordânia, mas esta necessitará de um programa de reformas profundas, processo que poderá demorar anos. Quanto a um futuro Estado palestiniano, o documento permanece vago, posição que Netanyahu rejeita firmemente.
Enquanto isso, dezenas de milhares de palestinianos deslocados para o sul da Faixa por ordem israelita começaram a regressar às suas casas no norte. Abdel Fattah al-Kurdi, residente de Gaza, descreveu a cidade como irreconhecível: ruas bloqueadas e edifícios destruídos, deixando a população numa mistura de esperança e ansiedade.
De recordar que o cessar-fogo marcou a primeira interrupção prolongada das hostilidades desde março, permitindo a circulação limitada de civis e o transporte de ajuda humanitária.
Agora, a ONU recebeu autorização de Israel para iniciar, a partir de domingo, a entrega de ajuda em maior escala. Stéphane Dujarric, porta-voz das Nações Unidas, informou que combustível, medicamentos e outros bens essenciais começaram a entrar pela passagem de Kerem Shalom. A entrega incluirá 170.000 toneladas métricas de ajuda já posicionadas em países vizinhos, como o Egito e a Jordânia, enquanto organizações humanitárias aguardavam autorização israelita.
Contudo, o cessar-fogo não impediu ataques isolados no Líbano, com Israel a atingir instalações civis no sul do país, resultando na morte de pelo menos uma pessoa. O presidente libanês, Joseph Aoun, condenou a acção israelita como uma “agressão hedionda contra civis sem justificação ou pretexto”. O exército israelita justificou os ataques como destruição de infraestruturas do Hezbollah na região.
Trump planeia reunir líderes mundiais num cimeira no Egito na próxima semana para discutir o futuro de Gaza, com representantes de Alemanha, França, Reino Unido, Itália, Qatar, Emirados Árabes Unidos, Jordânia, Turquia, Arábia Saudita, Paquistão e Indonésia. Netanyahu não estará presente.
O acordo mantém incertezas sobre quem governará Gaza e se o Hamas se desarmará, apesar da exigência israelita para a desmilitarização do território. Netanyahu avisou que se o desarmamento não ocorrer, Israel poderá retomar operações militares.
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