
Segundo a BBC, a decisão afeta estudantes e empregados chineses que já colaboravam em investigações da NASA, os quais foram informados a 5 de setembro que perderiam acesso às redes, materiais e reuniões da agência, tanto presenciais como virtuais.
Em comunicado, a NASA confirmou que os cidadãos chineses ficam restringidos do uso das suas “instalações, materiais e redes” como forma de assegurar a segurança do trabalho desenvolvido. A porta-voz Bethany Stevens explicou que se tratou de “ações internas relativas a nacionais chineses – incluindo restrições de acesso físico e cibernético”.
Esta decisão surge num contexto de crescente rivalidade tecnológica e militar entre Washington e Pequim. Os astronautas chineses já se encontram excluídos da Estação Espacial Internacional (ISS), dado que os EUA proíbem a NASA de partilhar dados com a China.
O administrador interino da agência, Sean Duffy, sublinhou a dimensão estratégica desta disputa:
“Estamos numa segunda corrida espacial neste momento. Os chineses querem regressar à Lua antes de nós. Isso não vai acontecer”, declarou, citado pela BBC.
A medida é mais um reflexo do clima de desconfiança entre os dois países, que já tem dificultado a concessão de vistos a estudantes chineses em áreas de ciência e tecnologia nos EUA, bem como levado a casos mediáticos de alegado espionagem.
Pequim, por sua vez, tem defendido que o seu programa espacial é uma “missão coletiva para a humanidade” e considera “desnecessárias” as preocupações dos EUA.
Além da exploração científica, o interesse na Lua tem também uma forte dimensão económica, dado o seu potencial em recursos como terras raras, metais e hélio, considerados estratégicos para o futuro da indústria e da tecnologia.
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