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Um estudo da Universidade da Beira Interior (UBI) revelou que a utilização de IA no jornalismo levanta preocupações sobre a credibilidade da informação, a transparência na comunicação com o público, bem como a objetividade das notícias veiculadas por IA e os riscos de manipulação da informação, segundo informações da Lusa, citadas pelo Notícias ao Minuto. 

A nova ferramenta "provoca questões mais profundas relacionadas com a transparência, a credibilidade, a responsabilidade, a confiança e a própria natureza do que se entende por prática jornalística", referem os autores do estudo.

No Explica-me Isto, com Amanda Seruti, investigadora da Faculdade de Psicologia da Universidade de Lisboa, 0 24notícias falou com a especialista  sobre “Porque é que as pessoas acreditam em fake news?” . "As pessoas acreditam em desinformação por não pensarem de forma analítica e cuidadosa. Ao serem mais intuitivas, acabam por se apoiar em atalhos mentais. Informações com forte apelo emocional, muito repetidas nas redes sociais, aumentam a sensação de verdade, mesmo quando não são.”, explica a investigadora.

Para contrariar esta dinâmica, Amanda Seruti sublinha a importância da literacia mediática e do autoconhecimento, “se uma informação nos gera uma reação emocional muito forte, isso deve ser um sinal de alerta. É preciso verificar de onde vem, se pode ser confirmada por outras fontes e prestar atenção à forma como está escrita. Muitas vezes, estas mensagens são intencionalmente criadas para explorar as nossas vulnerabilidades cognitivas.”

Quanto à solução, Amanda Seruti reconhece que não há uma defesa infalível. “A nossa atenção vai sempre ser captada por conteúdos apelativos. O que podemos fazer é pensar duas vezes, refletir e recorrer a ferramentas de fact-checking ou jornalismo independente.”

Um dos visados foi o jornalista da TVI Pedro Benevides, que na sua conta de Instagram, denunciou o uso abusivo da sua imagem para "espalhar informação falsa sobre a vacina da Covid-19".

O vídeo em questão utiliza um trecho da apresentação do noticiário pelo jornalista, manipulando a mensagem transmitida com recurso a IA.

"Notícias chocantes: As vacinas contra a Covid-19 são mortais. Foi revelado que os gigantes farmacêuticos Pfizer e Moderna lançaram as vacinas no mercado através de um conluio corrupto com o Governo", ouve-se o jornalista dizer no vídeo manipulado.

No momento em que o jornalista partilhou a denúncia a publicação já somava mais de 50 mil interações entre 'likes' e partilhas.

O caso de Pedro Benevides não é o único do panorama nacional, uma vez que também a jornalista da SIC Clara de Sousa foi visada numa campanha de desinformação que usou a sua imagem para promover a venda de um produto.

Clara de Sousa escreveu nas redes sociais que estava a circular um vídeo manipulado, no qual aparece "a entrevistar um médico que fala de um produto chamado DiaformRx, apresentado como uma cura milagrosa para a diabetes".

A jornalista SIC alertou que o vídeo é falso, mas "foi editado para parecer verdadeiro".

Também a jornalista da TVI Sandra Felgueiras foi visada neste tipo de engano, realçando que "estes abusos são crimes e serão devidamente punidos. A Inteligência Artificial tem muitas vantagens desde que usada por pessoas com escrúpulos", escreveu no Instagram.

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