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Algumas horas depois, o Irão lançou 40 mísseis contra Israel e ameaçou os Estados Unidos com represálias "que lamentarão".
Intervenção dos Estados Unidos
Após vários dias de incerteza sobre uma possível intervenção, o presidente Donald Trump anunciou que os Estados Unidos realizaram ataques contra as três principais instalações nucleares do Irão: Fordow, Natanz e Isfahan.
O presidente republicano descreveu a ação como um "feito militar espetacular".
Os meios de comunicação iranianos confirmaram os ataques que, segundo o Crescente Vermelho iraniano, não causaram vítimas.
"O Irão, o valentão do Médio Oriente, agora deve fazer as pazes", afirmou Trump. Se não o fizer, os ataques futuros "serão muito maiores e muito mais fáceis", ameaçou.
O chefe do Pentágono, Pete Hegseth, afirmou que o programa nuclear iraniano foi "devastado".
Hegseth detalhou que os Estados Unidos utilizaram sete bombardeiros furtivos B-2 nos ataques.
Estes aviões são os únicos capazes de transportar as poderosas bombas antibunker tipo GBU-57.
Essas ogivas de 13 toneladas podem penetrar dezenas de metros de profundidade antes de explodir, o que permite atingir alvos profundamente enterrados, como a instalação de Fordow.
Israel não possui esse tipo de armamento.
O Exército israelita informou que está "a verificar" os resultados dos bombardeios americanos contra Fordow, que está enterrada em profundidade.
"Nenhum perigo" de contaminação
A porta-voz do governo iraniano afirmou que não há "nenhum perigo" para as pessoas que vivem nas proximidades das instalações nucleares atacadas.
A autoridade de segurança nuclear iraniana e a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) disseram que não detetaram nenhum sinal de contaminação nos três locais bombardeados.
"É claro que sofremos danos, mas não é a primeira vez que isso ocorre nesse setor", disse Behruz Kamalvandi, porta-voz da organização nuclear iraniana, enfatizando que os conhecimentos técnicos iranianos "não podem ser destruídos".
Reação do Irão
A Guarda Revolucionária, o exército ideológico do Irão, advertiu os Estados Unidos para "esperarem represálias que lamentarão". O Irão "utilizará opções que estão além da compreensão", afirmaram.
O presidente iraniano, Masud Pezeshkian, condenou a "agressão" dos Estados Unidos, e o chanceler, Abbas Araqchi, denunciou o "comportamento extremamente perigoso, anárquico e criminoso" dos Estados Unidos.
Poucas horas depois dos ataques americanos, a agência de notícias iraniana Irna informou o lançamento de 40 mísseis contra Israel. Teerão disse que os alvos incluíam o aeroporto internacional Ben Gurion, perto de Tel Aviv, e um "centro de investigação biológica", entre outros alvos.
Jornalistas da AFP verificaram danos significativos em bairros residenciais no norte e no sul de Tel Aviv.
Os serviços de emergência israelitas relataram 23 feridos.
As autoridades iranianas também anunciaram que executaram um homem condenado por ser agente do Mossad, o serviço de espionagem israelense.
Israel agradece a Trump e lança novos ataques
"Obrigado, o povo de Israel agradece a vocês", declarou o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, numa mensagem de vídeo em inglês dirigida a Trump.
"Na ação desta noite contra as instalações nucleares do Irão, os Estados Unidos demonstraram ser verdadeiramente incomparáveis", disse.
Netanyahu considerou ainda que, com esta ação, o presidente americano impõe um "ponto de inflexão histórico que pode ajudar a levar o Médio Oriente" em direção a "um futuro de prosperidade e paz".
O Exército israelita anunciou o lançamento de uma nova onda de ataques contra alvos militares no oeste do Irão, incluindo lançadores de mísseis. A agência de notícias iraniana Isna informou a morte de quatro soldados numa base no norte do país.
O porta-voz militar do Exército israelita, Effie Defrin, disse que a campanha israelita contra o Irão continua e que o objetivo é "eliminar a ameaça existencial ao Estado de Israel, golpear o programa nuclear do Irão e destruir o sistema de mísseis".
Meios de comunicação iranianos relataram que "se ouviu uma forte explosão" na tarde de domingo na província de Bushehr, no sul do Irão, que abriga a única usina nuclear do país.
Agências de notícias iranianas também informaram que a aviação israelita "atingiu dois armazéns de resíduos na zona militar de Yazd", no centro do país.
Balanço de vítimas
Desde 13 de junho, a campanha israelita causou a morte de mais de 400 pessoas no Irão, segundo o último balanço do Ministério da Saúde iraniano publicado no sábado.
Por outro lado, os mísseis e drones iranianos causaram a morte de 25 pessoas em Israel.
A ONG americana Human Rights Activists News Agency (HRANA) informou pelo menos 657 mortos e 2.000 feridos no Irã, entre civis e militares.
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