
Desilusão para alguns, mas alívio para outros. Embora ainda consideravelmente mais elevadas do que no início do ano, estas tarifas, em geral, foram menos agressivas do que o presidente norte-americano ameaçava em Abril.
Permanecem questões pendentes, principalmente a China. Mas, em última análise, as tarifas serão significativamente menos severas do que os economistas temiam na Primavera, sobretudo devido aos acordos que Donald Trump tem feito com a maioria dos países mundiais.
Há três meses, a 2 de abril, anunciou uma tarifa "base" de 10% sobre quase todas as importações, salientando, na altura, que os produtos de cerca de 60 outros parceiros comerciais, que a Casa Branca descreveu como os "piores infratores" (incluindo a UE e a China), enfrentariam taxas mais elevadas. Ainda assim, essas mesmas tarifas foram adiadas por 90 dias para dar tempo à negociação de acordos comerciais individuais, tendo o prazo sido então alargado até hoje.
Como referido, Trump alcançou alguns acordos, nomeadamente com a UE, nesta última, com um entendimento de 15%. Por sua vez, as negociações comerciais entre os EUA e a China estão em curso, após o aumento das tarifas sobre os produtos para mais de 100%, antes de as reduzir temporariamente.
São 92, no total, os países que a partir de dia 7 (inicialmente data de início estava marcada para esta sexta-feira) terão de pagar vários níveis de taxas e nem mesmo alguns dos países mais pobres e devastados pela guerra do mundo escaparam a estas taxas, incluindo a Síria, que enfrenta uma taxa de 41%; Laos e Myanmar, com taxas de 40%; Líbia, com uma taxa de 30%; Iraque, com 35%, e Sri Lanka, com 20%.
Eis a lista dos países afetados:
- 10% - Ilhas Malvinas, Reino Unido e todos os outros países não listados no decreto executivo;
- 15% - Afeganistão, Angola, Bolívia, Botswana, Camarões, Chade, Costa Rica, Costa do Marfim, República Democrática do Congo, Equador, Guiné Equatorial, Fiji, Gana, Guiana, Islândia, Israel, Japão, Jordânia, Lesoto, Liechtenstein, Madagáscar, Malawi, Maurícias, Moçambique, Namíbia, Nauru, Nova Zelândia, Nigéria, Macedónia do Norte, Noruega, Papua-Nova Guiné, Coreia do Sul, Trinidad e Tobago, Turquia, Uganda, Vanuatu, Venezuela, Zâmbia, Zimbabué;
- 18% - Nicarágua;
- 19% - Cambodja, Indonésia, Malásia, Paquistão, Filipinas;
- 20% - Bangladesh, Sri Lanka, Tailândia, Taiwan, Vietname;
- 25% - Brunei, Índia, Cazaquistão, Moldávia, Tunísia;
- 30% - Argélia, Bósnia e Herzegovina, Líbia, África do Sul;
- 35% - Iraque, Sérvia e Canadá;
- 39% - Suíça;
- 40% - Laos, Myanmar (Birmânia);
- 41% - Síria
Na lista não surgem alguns países devido a algumas exceções:
- A China ainda está em negociações;
- O México enfrenta uma tarifa de 25% sobre o fentanil, uma tarifa de 25% sobre os automóveis e uma tarifa de 50% sobre o aço, alumínio e cobre – todas com entrada em vigor dentro de 90 dias;
- Os produtos da União Europeia enfrentam um intervalo de tarifas de 0% a cerca de 15%. Estas taxas entram em vigor a 7 de agosto;
- O Brasil foi listado no decreto executivo como tendo uma tarifa de 10% – mas isto é separado da tarifa de 40% anunciada ontem, o que significa que enfrenta uma taxa de 50% sobre a maioria dos produtos.
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