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Segundo o Governo, esta medida reconhece o contributo cívico e económico dos jovens, muitos trabalham, pagam impostos e até servem nas forças armadas, e visa incentivar a participação democrática desde cedo, com o objetivo de criar um eleitorado mais envolvido ao longo da vida.

Críticas e debates no Parlamento

A decisão foi bem recebida por vários partidos, como os Liberal-Democratas, que saudaram a mudança mas defenderam reformas adicionais, incluindo o fim da obrigatoriedade de identificação para votar, a implementação de um sistema de representação proporcional e medidas contra financiamento político por oligarcas estrangeiros, anuncia o The Telegraph que está a acompanhar o debate em direto.

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Os conservadores (Tories), no entanto, criticaram a medida por a considerarem incoerente. Argumentam que, apesar de poderem votar, os jovens de 16 anos não podem candidatar-se a cargos públicos, casar sem consentimento, comprar álcool ou bilhetes de lotaria, questionando a lógica da decisão. Também acusaram o Governo de ter anunciado a decisão à imprensa antes de informar o Parlamento, criticando a falta de debate e escrutínio legislativo.

Reformas adicionais propostas

Além da redução da idade de voto, o Governo anunciou um conjunto de reformas para modernizar o sistema democrático britânico, a partir de agora os eleitores podem usar cartões bancários como forma de identificação para votar, para facilitar o processo também está em cima da mesa aintrodução de identificação digital e cartões digitais. O registo automático de eleitores, para aumentar a participação e o reforço das proteções contra interferência estrangeira e intimidação de candidatos. Assim como maior responsabilização dos eleitos e regras mais rigorosas para campanhas digitais.

A Vice-Primeira-Ministra, Angela Rayner, sublinhou que estas medidas fazem parte de um plano ambicioso para “reconquistar a democracia britânica” e restaurar a confiança do público nas instituições.

Reações públicas

Críticos como Richard Tice, do partido Reform UK, consideram a medida errada, alegando que os jovens de 16 anos são, legalmente, ainda crianças e na maioria ainda frequentam a escola.

Já o Primeiro-Ministro Keir Starmer defendeu que quem trabalha e paga impostos deve poder votar, reforçando a ideia de que a medida é uma questão de justiça democrática.

Punições mais severas 

O Governo britânico anunciou ainda que as penas para quem intimidar candidatos, ativistas, representantes eleitos ou funcionários eleitorais serão agravadas, como parte de um novo pacote legislativo para reforçar a proteção da democracia.

Os tribunais passarão a poder considerar este tipo de intimidação como um facto agravante, o que poderá levar a penas de prisão mais pesadas para os infratores.

Além disso, a atual proibição de cinco anos de se candidatar a cargos públicos, aplicada a quem intimida candidatos ou ativistas, será alargada a quem intimidar funcionários eleitorais.

A decisão surge após dados revelarem que 55% dos candidatos nas últimas eleições gerais disseram ter sido alvo de abusos ou intimidação durante a campanha.

Governo não exclui dar direito de voto a estrangeiros residentes

A ministra da Democracia, Rushanara Ali, não descartou a possibilidade de alargar o direito de voto em eleições gerais a cidadãos estrangeiros residentes no Reino Unido.

O deputado conservador Nick Timothy pressionou a ministra, referindo que o próprio Primeiro-Ministro já tinha mencionado essa hipótese no passado. Questionou diretamente:

“O Governo pode aproveitar esta oportunidade para excluir, de forma definitiva, qualquer alargamento do direito de voto a cidadãos estrangeiros para além das regras atualmente em vigor?”

Rushanara Ali respondeu apenas que o foco desta estratégia está nos eleitores elegíveis no país, sem dar uma resposta clara, deixando assim em aberto um possível futuro alargamento do eleitorado.