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Em todo o mundo há 14 milhões de crianças que continuam sem estar vacinadas. A essas juntam-se quase seis milhões que não receberam doses completas e recomendadas de certas vacinas, divulga a CNN Health.
O aumento dos conflitos e das zonas de guerra têm provocado uma "erosão" no progresso da proteção imunológica das crianças, revelou a especialista. Acrescentando que isso "leva a que muitas crianças não sejam vacinadas, especialmente em países de rendimento médio ou baixo". “De facto, metade de todas as crianças não vacinadas no mundo vive nestes países frágeis, vulneráveis e em conflito.”, diz Kate O´Brien.
Este relatório é publicado numa altura onde há preocupação crescente com o tema a nível mundial. Após tomar posse, a administração Trump desmantelou a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID), que se associou a organizações como Gavi e a Vaccine Alliance, para fornecer vacinas. Além disso, lançou um plano para reduzir o financiamento do Fundo Mundial de Luta contra a SIDA, a Tuberculose e a Malária.
À CNN, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus revelou que ainda há muito trabalho a fazer. "Cortes drásticos na ajuda, aliados à desinformação sobre a segurança das vacinas, ameaçam pôr em causa décadas de progresso", complementa.
O relatório revela que em 2024, a proteção contra a difteria, tétano e tosse convulsa (DTP) "manteve-se constante" e estima-se que "89% dos bebés receberam pelo menos uma dose de vacina DTP, a mesma percentagem que em 2022 e 2023". "Aproximadamente 85% completaram as três doses recomendadas de vacina no ano passado, em comparação com 84% em 2023 e 85% em 2022", revela a pesquisa.
Em 2024, 84% das crianças foram imunizadas com a primeira dose contra o Sarampo sendo o grupo vacinado "relativamente constante" quando comparado com 2022 e 2023. Contudo, apresentou uma descida em relação a 2019, quando a cobertura era de 86% . Em geral, diz o relatório, "20,6 milhões de crianças perderam a primeira dose de rotina da vacina contra o sarampo no ano passado."
"A boa notícia é o facto de termos conseguido chegar a mais crianças com vacinas que salvam vidas. Mas milhões de crianças continuam sem proteção contra doenças evitáveis, o que nos deve preocupar a todos", afirmou a Diretora Executiva da UNICEF, Catherine Russell. No ano passado houve mais 171 mil crianças com vacinas do que em 2023, segundo a análise.
Há, portanto, um "recuo significativo" na cobertura de vacinas infantis, mas também não existiu uma "melhoria significativa", relata Dan Barouch, diretor do Centro de Virologia e Investigação de Vacinas do Centro Médico Beth Israel Deaconess.
"14 milhões de crianças que não receberam vacinas são 14 milhões a mais. A vacinação infantil é uma das intervenções médicas com melhor relação custo-benefício que já foi desenvolvida", diz Barouch.
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