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A Óxido de Difenil (mais conhecido como TPO) é uma substância presente em vernizes e outros cosméticos para tratamento das unhas tóxica. Recentemente, o Infarmed comunicou a proibição do uso de produtos que contenham esta substância, alegando que a situação ja está sob investigação desde 2024.

A TPO passou a integrar o grupo de substâncias Cancerígenas, Mutagénicas ou Tóxicas para a Reprodução. De acordo com o Correio da Manhã, um estudo concluiu que a ingestão em grandes quantidades de TPO pode causar infertilidade.

No entanto, Ana Fragoso, esteticista em Évora, esclareceu que, "por um lado, nenhum verniz tem uma percentagem de TPO suficiente para ser nociva, por outro, ninguém vai injetar ou dar o verniz a beber às clientes”.

As perdas são principalmente monetárias, com investimento feito nestes produtos esteticistas reclamam tempo para gastar o stock e lamentam não terem sido avisados antes: “Tivemos dois meses para nos prepararmos para a mudança, o que é insuficiente. Temos coleções de vernizes e outros produtos em stock que fomos comprando até julho e que agora vamos ter de deitar fora. No meu caso estamos a falar de cerca de 1 200 euros só em vernizes, mas há revendedores e esteticistas que vão ter dezenas de milhar de euros de prejuízo”, defendeu Cristina Ferreira, proprietária de um pequeno salão de estética em Seia, ao CM.

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Soube-se também que grande parte dos fabricantes que tinham conhecimento da medida há mais tempo venderam os produtos com TPO já fabricados a preços mais baixos.  No entanto, a maioria dos profissionais saiu prejudicado, como a Cristina Feirra. “O que parecia uma boa oportunidade de negócio transformou-se num pesadelo”, contou a empresária.

A medida “é injusta e pode levar ao encerramento de pequenos salões que não têm capacidade para repor as coleções com produtos novos sem TPO”, acrescentou.

Também Anita Florczak se insurgiu contra a medida: “Não estamos contra a proibição do fabrico e comercialização, mas o Infarmed e a União Europeia deveriam dar um prazo mais alargado para proibir a utilização no tratamento de unhas, já que neste contexto não há qualquer perigo para a saúde nem do cliente, nem do técnico”. Esteticista na região da Maia, Anita acredita que “também não faz sentido que um produto que pode ser comprado legalmente até 31 de agosto, não possa ser usado a 1 de setembro”.

“Ninguém vai ingerir ou injetar verniz”, reclama esteticista.