Acompanhe toda a atualidade informativa em 24noticias.sapo.pt

Em Madrid, durante a apresentação do pacto de Estado para o clima que pretende lançar em Espanha, Sánchez sublinhou que “os fogos que assolaram o país também atingiram Portugal” e, por isso, defendeu a necessidade de uma estratégia conjunta entre os três países vizinhos.

A sua newsletter de sempre, agora ainda mais útil

Com o lançamento da nova marca de informação 24notícias, estamos a mudar a plataforma de newsletters, aproveitando para reforçar a informação que os leitores mais valorizam: a que lhes é útil, ajuda a tomar decisões e a entender o mundo.

Assine a nova newsletter do 24notícias aqui

O chefe do governo espanhol assegurou que transmitirá igualmente à Comissão Europeia que “é preciso fazer de tudo, menos andar para trás na transição ecológica”, rejeitando discursos negacionistas sobre as alterações climáticas, avança a agência Lusa.

Na sua intervenção, Sánchez afirmou que o impacto das mudanças climáticas está diretamente ligado à violência dos incêndios deste verão, os mais graves de que há registo no país, que resultaram em quatro mortos e na destruição de cerca de 400 mil hectares, segundo dados provisórios do Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais (EFFIS).

O líder espanhol alertou que “as alterações climáticas matam”, mas destacou também problemas estruturais internos, como uma gestão deficiente do território, excesso de biomassa acumulada, ausência de corta-fogos e insuficiência de espécies autóctones resistentes ao fogo.

Sánchez considerou ainda que as políticas de prevenção são “claramente insuficientes”, apontando falhas nos planos de proteção e na escassez de bombeiros e sapadores florestais, áreas que estão sob responsabilidade dos governos regionais.

Um verão marcado por incêndios devastadores

Este anúncio surge no final de um verão marcado por mais de 130 incêndios que arrasaram cerca de 330 mil hectares — uma superfície equivalente a quase seis vezes a ilha de Ibiza. Quatro pessoas morreram no combate às chamas e centenas de famílias perderam as suas casas e propriedades, só em Espanha.

Segundo Sánchez, o Governo mobilizou “o maior dispositivo humano e técnico alguma vez realizado em Espanha”: mais de 3.400 militares da Unidade Militar de Emergências, 26 mil agentes das forças de segurança, 650 pessoas treinadas como reforço e cerca de 300 efetivos europeus, ativados pelo Mecanismo de Proteção Civil da UE.

O presidente do governo espanhol assinalou que a gravidade da situação não é resultado do acaso, mas de três fatores combinados: falhas na prevenção, gestão inadequada do território e uma emergência climática inegável que torna os incêndios cada vez mais virulentos. Nos últimos cinco anos, fenómenos extremos como ondas de calor, a tempestade Filomena e o aumento de 15% das chamadas DANAs (depressões isoladas em níveis altos) provocaram 32 mil milhões de euros em prejuízos e mais de 20 mil mortes em Espanha.

“Se não queremos para os nossos filhos essa Espanha em cinza que deixa o fogo, ou essa Espanha em castanho que deixam as DANAs, precisamos de uma Espanha mais verde”, concluiu Sánchez.