
“Saíram dois mil médicos nos últimos dois, três anos: alguns reformaram-se, há questão também demográfica. Outros também saíram para outras latitudes”, admitiu Ana Paula Martins em entrevista à SIC.
O SNS deixou “de ser atrativo para os médicos, sobretudo os mais jovens. Estes têm uma enorme necessidade de ter vida própria. Temos serviços de urgência que são muito exigentes”, afirmou.
Hoje em dia, em Portugal, o tema de urgências fechadas é cada vez mais relevante, mas Ana Paula Martins explica que “sobretudo até à pandemia havia“capacidade de resposta em termos do que é a urgência que hoje não temos”.
“Não temos recursos suficientes, quer médicos quer enfermeiros”, confirma, dizendo que por cá estão “165 urgências abertas — não é irrelevante”.
No que toca a soluções, Ana Paula Martins explicou que “durante este ano fizemos um trabalho que teve já reflexos, nomeadamente na área da obstetrícia. Se me pergunta se está tudo feito? Não está”, admite .
“Vamos levar algum tempo a estabilizar, nomeadamente a Península de Setúbal, que como sabemos é a área mais crítica — já era quando entrámos", afirmou.
Além disso, a ministra referiu que vários “países estão a fazer trabalho de redesenhar as urgências”, dando como exemplo a Dinamarca, mesmo que tenha menos população que Portugal.
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