Atualmente, existem sete pessoas com o chip cerebral da Neuralink implantado, numa tecnologia que está literalmente a mudar vidas.

O caso mais impressionante é o de Noland Arbaugh, o primeiro voluntário humano a receber um implante de interface cérebro-computador (BCI) desenvolvido pela empresa de Elon Musk. Tetraplégico na sequência de um acidente, Noland recebeu o implante em janeiro de 2024, no âmbito de um ensaio clínico, e desde então consegue controlar computadores apenas com o pensamento. Começou por usá-lo para jogar videojogos, mas rapidamente passou a realizar outras tarefas do dia a dia, como escrever e-mails, editar sites, fazer pesquisas, aceder ao banco, etc.

Outro caso de sucesso é o de “Mike”, o quarto paciente da Neuralink, que se tornou a primeira pessoa com um emprego a tempo inteiro a utilizar esta tecnologia. Trabalha a partir de casa como técnico de levantamentos, usando software de desenho assistido por computador. Já Alex, um antigo construtor de peças mecânicas que perdeu a função de um dos braços, consegue agora desenhar peças 3D com o apoio do implante.

Numa altura em que Elon Musk enfrenta dificuldades, incluindo críticas pela sua ligação ao governo de Donald Trump e uma quebra nas vendas da Tesla, a Neuralink parece ser um “porto seguro tecnológico”. No entanto, a concorrência está atenta e em rápido avanço. Os chips cerebrais, que até há poucos anos pareciam pertencer ao domínio da ficção científica e assustadora para muitos, estão hoje a ser desenvolvidos por várias empresas, e, como dizíamos, estão a ficar cada vez mais inteligentes.

Apesar de abordagens distintas, estas são as startups que merecem a atenção do homem mais rico do mundo:

  • Paradromics (EUA) – Desenvolve implantes semelhantes aos da Neuralink, mas com mais elétrodos (condutor elétrico que permite a passagem de corrente elétrica entre um circuito e um meio não metálico) 1.600 contra os 1.024 da Neuralink. Realizou o seu primeiro implante humano em junho de 2025.
  • Precision Neuroscience (EUA) – Aposta numa abordagem menos invasiva, utiliza uma película ultrafina colocada na superfície do cérebro, sem “entrar no tecido”. Foi recentemente aprovada pela FDA para testes clínicos limitados.
  • Synchron (EUA/Austrália) – Com uma abordagem totalmente zero invasiva, insere os elétrodos através dos vasos sanguíneos, evitando abrir o crânio. Já implantou o dispositivo em pelo menos 10 pessoas.

Embora a Neuralink concentre as atenções, impulsionada pelo mediatismo de Musk e uma recente ronda de financiamento de 650 milhões de dólares, está longe de estar sozinha. A corrida tecnológica está lançada, com várias empresas a explorar caminhos diferentes, com potencial para definir quem vai liderar o mercado de chips cerebrais nos próximos anos.