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O processo decorreu entre acusações mútuas entre as bancadas do Chega e do Livre. O Chega chegou a pedir o adiamento potestativo de um voto de pesar do Livre sobre vítimas de violência política nos Estados Unidos, o que suscitou protestos desses deputados.

Rui Tavares tornou público que, na reunião anterior, o Chega se opôs a incluir a proposta do Livre na ordem de trabalhos, uma manobra que impediu que fosse debatida em conjunto com as iniciativas do CDS e do próprio Chega, apesar de alegada “ligação material”.

O líder do Livre apelou à “sensatez e flexibilidade” da bancada do Chega e advertiu que poderia usar o mesmo direito de adiamento em relação às propostas desse partido.

Em resposta, Ricardo Pinto, deputado do Chega, afirmou que o partido “nunca cederá a chantagens”, acusando Tavares de usar retaliação.

Tavares lamentou que, devido a manobras dilatórias, não tivesse sido possível debater a violência política de forma ampla, incluindo casos envolvendo os dois maiores partidos dos Estados Unidos. Repudiou o homicídio de Kirk e fez referência a episódios como o assassinato da congressista Melissa Hortman (Minnesota) e ataques a figuras como John Hoffman e Josh Shapiro.

O projeto do Livre, que pretendia condenar todo ato de violência política sem exceção, acabou adiado. O deputado Diogo Pacheco Amorim assegurou a Tavares que o Chega votaria a favor, ainda que a proposta tivesse sido renegociada.

Durante o debate, Pacheco Amorim classificou de “lamentáveis” as reações de júbilo que, segundo ele, se teriam registado pela esquerda após a morte de Kirk.

Do lado do PS, Catarina Louro manifestou pesar pela morte de Charlie Kirk e de outras vítimas da violência política, mas censurou o voto apresentado pelo Chega, dizendo que ele ultrapassava os limites de um simples voto de pesar.

O deputado Paulo Neves (PSD) considerou o ataque “horroroso”, lamentando, porém, que se personifique o caso. Criticou o PS por não acompanhar a condenação, afirmando que “não há bons nem maus assassinatos”.

A socialista Eva Cruzeiro justificou o seu voto contrário alegando que o discurso de Kirk incluía teorias discriminatórias: “Racismo e homofobia são formas de violência política, não liberdade de expressão”, disse. Apesar disso, admitiu que lamentava a morte do ativista ultraconservador.

Kirk, de 31 anos, era aliado do Presidente Donald Trump, que concedeu a título póstumo a Medalha Presidencial da Liberdade. O suspeito do homicídio, um jovem branco de 22 anos, enfrenta sete acusações, entre elas homicídio qualificado, crime sujeito à pena de morte nos Estados Unidos.

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