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O vice-presidente dos EUA, JD Vance, visitou Israel para reforçar o frágil cessar-fogo entre Israel e Hamas e discutir a sua implementação. Durante a visita, reuniu-se com o primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu, líderes militares e os enviados especiais dos EUA, Jared Kushner e Steve Witkoff.

JD Vance, mostrou-se “muito otimista” quanto à manutenção do cessar-fogo entre Israel e o Hamas, afirmando que a situação está “num ponto muito bom”. Referiu que o processo de devolução dos restos mortais de reféns israelitas às suas famílias não irá “acontecer da noite para o dia”, devido às dificuldades em localizar os corpos. Washington não definiu um prazo para o desarmamento do Hamas, e, questionado sobre como será a liderança em Gaza, Vance respondeu: “não sei”. Durante a conferência, anunciou ainda a abertura do Centro de Cooperação Civil-Militar para iniciar a reconstrução de Gaza, mas Jared Kushner esclareceu que os fundos destinados a esta reconstrução não serão enviados para áreas controladas pelo Hamas.

JD Vance classificou o Hamas como uma “organização terrorista” e afirmou que o exército israelita se estava a defender, de seguida destacou que a paz em Gaza é possível, mas advertiu que, caso o Hamas não coopere, poderá ser “obliterado”. Por fim, recusou estabelecer um prazo para o desarmamento do Hamas, sublinhando a complexidade do processo, e considerou que a governação futura de Gaza deve ser decidida pelos próprios palestinianos e israelitas, sendo a prioridade atual a segurança, a reconstrução e a entrega de alimentos e medicamentos.

O cessar-fogo permitiu alguma entrada de ajuda humanitária, mas ainda insuficiente: desde o início do acordo, apenas 986 camiões chegaram a Gaza, dos 6.600 previstos. A ONU e o Programa Alimentar Mundial alertam para a necessidade urgente de reabrir as rotas de ajuda, já que muitos palestinianos continuam a sofrer com a escassez de alimentos e medicamentos. Desde 7 de outubro de 2023, pelo menos 68.229 palestinianos morreram e 170.369 ficaram feridos devido a ataques israelitas, a maioria civis, incluindo mulheres e crianças. Israel tem devolvido os corpos de palestinianos mortos em troca de reféns israelitas.

O Qatar mantém um papel central nas negociações, dada a sua experiência com o Hamas, e vários países do Golfo manifestaram interesse em normalizar relações com Israel e participar na estabilização da região. O presidente francês, Emmanuel Macron, apelou à reabertura urgente das rotas humanitárias.

Donald Trump reiterou que pretende o desarmamento do Hamas e avisou que a destruição do grupo será “rápida, furiosa e brutal” se não cumprir os termos do cessar-fogo, acrescentando que quer boas relações com o Irão, mas sem armas nucleares.

As negociações futuras incluem a formação de uma força internacional de estabilização em Gaza, o desarmamento do Hamas, a governação transitória por tecnocratas palestinianos e a supervisão de um corpo internacional de paz liderado por Trump, bem como a retirada gradual das tropas israelitas conforme a avaliação da ameaça representada pelo Hamas. A situação continua crítica, com grande necessidade de assistência humanitária e vigilância constante do cumprimento do cessar-fogo.

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