Acompanhe toda a atualidade informativa em 24noticias.sapo.pt

Fontes próximas do governo citadas pela imprensa israelita afirmam que “os dados estão lançados” e que, se o Chefe do Estado-Maior não concordar, “deverá demitir-se”.

No entanto, partes do setor da defesa opõem-se a esta expansão militar, alertando que operações terrestres mais amplas podem colocar em risco os cerca de 50 reféns ainda detidos em Gaza, dos quais pelo menos 20 estarão vivos. Imagens divulgadas pelo Hamas de dois reféns, debilitados e visivelmente subnutridos, chocaram a sociedade israelita e reacenderam o debate interno sobre a estratégia militar, segundo a CNN.

O Fórum das Famílias dos Reféns acusa Netanyahu de enganar o público com promessas de libertações pela via militar, considerando que isso é uma mentira perigosa. O fórum apela a um acordo que traga todos os reféns de volta, ponha fim à guerra e permita a reconstrução de Israel.

A sua newsletter de sempre, agora ainda mais útil

Com o lançamento da nova marca de informação 24notícias, estamos a mudar a plataforma de newsletters, aproveitando para reforçar a informação que os leitores mais valorizam: a que lhes é útil, ajuda a tomar decisões e a entender o mundo.

Assine a nova newsletter do 24notícias aqui

O enviado especial do presidente Donald Trump para o Médio Oriente, Steve Witkoff, que se reuniu com famílias de reféns, terá dito que a estratégia não passa por expandir a guerra, mas por terminá-la de forma decisiva, com a libertação simultânea de todos os reféns. Witkoff deve deslocar-se a Moscovo esta semana, mas a Casa Branca não esclareceu detalhes sobre o plano norte-americano.

Por outro lado, o Hamas insiste que só retomará as negociações quando a situação humanitária em Gaza for resolvida. Segundo a Organização Mundial da Saúde, a fome agravou-se em julho, com mais de 5.000 crianças tratadas por desnutrição grave nas primeiras duas semanas do mês. O governo controlado pelo Hamas afirma que são necessários 600 camiões de ajuda diária, mas só entraram, em média, 84 por dia na última semana. Israel, através da agência COGAT, refere que mais de 200 camiões foram entregues a organizações humanitárias num só dia, mas muitos são saqueados por civis desesperados ou gangues organizados.

As Nações Unidas relatam que quase 1.400 pessoas foram mortas desde o fim de maio enquanto tentavam obter alimentos, muitas em zonas controladas pela Fundação Humanitária de Gaza, apoiada por EUA e Israel. A ONU afirma que a maioria das mortes foi provocada por disparos das forças israelitas. Só no último domingo, 30 palestinianos morreram ao tentarem aceder à ajuda alimentar, 19 no norte e 11 em Rafah.

Enquanto isso, a pressão interna em Israel aumenta. Sondagens mostram que a maioria dos israelitas quer o fim da guerra e a libertação dos reféns. Uma nova sondagem do Instituto de Estudos de Segurança Nacional revela que 38% dos judeus israelitas acreditam que desarmar o Hamas é impossível, enquanto 57% acham que ainda é possível.

Cerca de uma centena de antigos altos responsáveis da segurança israelita enviaram uma carta ao presidente Trump pedindo que pressione Netanyahu a terminar a guerra. Alegam que o Hamas já não representa uma ameaça estratégica para Israel e que a guerra, embora inicialmente defensiva, deixou de ser justa depois de cumpridos os objetivos militares.

Ainda assim, membros da ala mais radical do governo israelita defendem a ocupação permanente de partes de Gaza e a promoção da saída da população palestiniana do território, uma posição que intensifica a tensão política e humanitária na região.