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Tudo aconteceu após cerca de dez horas de reunião durante a noite, antes do Governo israelita divulgar um comunicado onde expõe o plano de Netanyahu para "derrotar o Hamas", que inclui ocupar a Cidade de Gaza, sem esclarecer o que acontecerá com o resto do território.
"As Forças de Defesa de Israel (FDI) preparar-se-ão para assumir o controlo da Cidade de Gaza, garantindo ao mesmo tempo a prestação de ajuda humanitária à população civil fora das zonas de combate", especifica o comunicado.
O governo também garante que o gabinete adotou "por maioria de votos" cinco princípios para terminar a guerra: desarmar o Hamas, o regresso de todos os reféns com ou sem vida, a desmilitarização da Faixa de Gaza, o controlo israelita da segurança na Faixa de Gaza e o estabelecimento de uma "administração civil alternativa" para Gaza, que não seja nem do Hamas nem da Autoridade Palestiniana, que atualmente governa partes da Cisjordânia ocupada.
Em declarações ao canal norte-americano Fox News antes da reunião do gabinete, Netanyahu afirmou que o seu objetivo era ocupar toda a Faixa de Gaza, mas que não pretende ficar com ela nem governá-la, mas sim manter um "perímetro de segurança" e entregá-la a "forças árabes que a governem" sem ameaçar Israel e também sem o Hamas.
De acordo com o comunicado, na reunião foi descartado um "plano alternativo", por se considerar que "não conseguiria nem a derrota do Hamas nem o regresso dos reféns".
Recorde-se que as milícias palestinas ainda mantêm 50 reféns israelitas, dos quais apenas cerca de 20 continuarão vivos, segundo estimativas de Israel.
A ONU alertou esta quarta-feira que, se Israel colocar este plano em prática, haverá "consequências catastróficas" para a população de Gaza.
O líder da oposição em Israel já disse que a decisão do gabinete de segurança de tomar a Cidade de Gaza é "um desastre" que "levará a muitos outros desastres".
Yair Lapid afirma, citado pela BBC, que a tomada da Cidade de Gaza levaria à morte dos reféns restantes e à morte de muitos soldados.
Cerca de 800 mil palestinianos — muitos dos quais já foram deslocados diversas vezes ao longo dos 22 meses de guerra — residem atualmente na Cidade de Gaza, no norte de Gaza. Um alto funcionário israelita disse ao jornal The Times of Israel que o plano aprovado pelo gabinete prevê a evacuação desses civis para o sul.
A decisão do gabinete afirma que os palestinianos terão até 7 de outubro de 2025 para evacuar a Cidade de Gaza, uma janela de dois meses que também coincide com o segundo aniversário do ataque do Hamas a Israel.
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