O que diz Portugal e o mundo do ataque americano ao Irão

Acompanhe toda a atualidade informativa em 24noticias.sapo.pt

Presidente da República

Apelo à contenção e "urgência de retomar via diplomática" no Médio Oriente

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, sublinhou hoje a gravidade da situação no Médio Oriente, apelando à contenção e "urgência de retomar a via diplomática" como forma de resolver o conflito.

Numa nota publicada no 'site' oficial da Presidência da República, lê-se que o chefe de Estado português, "em sintonia com o Governo e na linha do secretário-geral das Nações Unidas, bem como da União Europeia e outros parceiros, sublinha a gravidade da situação".

Marcelo Rebelo de Sousa apela, por isso, "à contenção e à urgência de retomar a via diplomática para a resolução do conflito".

CDS

Preocupado com conflito rejeita que Irão tenha acesso a armas nucleares

O CDS-PP manifestou hoje “grande preocupação com o escalar” do conflito no Médio Oriente, considerando fundamental que a “ditadura teocrática” do Irão não tenha acesso a armas nucleares.

Numa publicação na rede social ‘X’, antigo Twitter, os centristas, liderados por Nuno Melo, ministro da Defesa, manifestaram “grande preocupação” em relação ao “escalar da situação de conflito no Médio Oriente”.

“Para o CDS é fundamental que o Irão e a sua ditadura teocrática não tenham acesso a armas nucleares, por constituir a principal ameaça para a região”, é sustentado.

O CDS apela à contenção e à abertura de um caminho para a “paz e tranquilidade”, que inclua “o respeito pela integridade do Estado de Israel e uma solução justa para os palestinianos”.

Luís Montenegro

Apelou para a "máxima contenção de todas as partes"

Também o primeiro-ministro, Luís Montenegro, manifestou-se preocupado com o risco de "grave escalada" no Médio Oriente e apelou para a "máxima contenção de todas as partes" e ao regresso às negociações com o objetivo de encontrar uma "solução diplomática".

Numa publicação na rede social 'X', antigo Twitter, o chefe do executivo português considerou que "o programa nuclear do Irão é uma séria ameaça à segurança mundial, pelo que não pode prosseguir".

O Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano afirmou hoje que os Estados Unidos lançaram uma “guerra perigosa” contra o Irão.

PCP

Insta Governo a condenar ataque dos EUA para afastar “conivência” com “política belicista” 

O PCP instou hoje o Governo português a condenar a agressão ao Irão pelos Estados Unidos da América, avisando que o “não distanciamento” representa um ato de “conivência com esta política belicista” contrário aos valores constitucionais.

“O PCP insta o Governo português a condenar a agressão ao Irão pelos Estados Unidos da América e Israel, com a conivência das potências da NATO e União Europeia, assim como toda a escalada de guerra que estes levam a cabo no Médio Oriente, de que o genocídio do povo palestiniano é o mais visível exemplo, exigindo o seu fim imediato”, defendeu João Frazão, membro da Comissão Política do Comité Central do partido, na sede nacional, em Lisboa.

Depois de os Estados Unidos terem entrado no sábado na guerra de Israel contra o Irão, bombardeando as três principais instalações envolvidas no programa nuclear iraniano, o dirigente comunista salientou que, “o não distanciamento e condenação por parte do Governo português, além de contrariar os princípios da Constituição da República Portuguesa, representa um ato de conivência com esta criminosa política belicista que constitui uma clara afronta ao direito internacional”.

“Denunciando aqueles que animam e apostam na escalada de confrontação e guerra que empurra cada vez mais a humanidade para a catástrofe, o PCP apela a todos os democratas e patriotas, aos defensores da paz, para que não calem o seu protesto e indignação, para que ninguém fique indiferente perante os perigos que estas agressões encerram e para que prossigam e ampliem a luta pela paz e a solidariedade com o povo palestiniano e outros povos vítimas da agressão do imperialismo no Médio Oriente”, apelou João Frazão.

O comunista insistiu que o executivo “tem que explicar urgentemente” o porquê da intensificação da presença da Força Aérea norte-americana na Base das Lajes, no arquipélago dos Açores, tema que já levou o partido a endereçar um conjunto de perguntas diretamente ao primeiro-ministro, Luís Montenegro.

O PCP pretende saber que papel é que as aeronaves norte-americanas na Ilha Terceira tiveram “no ataque agora efetivado” e condenou a eventual utilização desta base para a “escalada de agressão ao Irão com o consequente envolvimento de Portugal nessa agressão”.

João Frazão insistiu que o Governo português deve “procurar a paz, o diálogo” e impedir que o território nacional seja utilizado para qualquer escalada de guerra.

“Seria aliás um bocadinho insano que o Governo português viesse a apoiar esta escalada belicista que pode rapidamente entrar fora de controlo”, considerou.

O dirigente comunista lembrou que esta agressão ocorreu num momento em que estavam a decorrer “negociações indiretas entre o Irão e os EUA relativamente ao programa nuclear iraniano, que as autoridades iranianas reafirmam prosseguir fins pacíficos” e defendeu que o diálogo deve prosseguir.

“Se os dirigentes políticos quiserem é sempre possível fazer a paz, é sempre possível abrir caminhos ao diálogo, as portas nunca estão fechadas, basta os dirigentes políticos quererem e não basta apenas afirmá-lo. Ao Governo português não basta apenas afirmar que é necessário o diálogo, é preciso impedir que o território nacional seja usado para esta escalada de guerra”, sublinhou.

Interrogado sobre o facto de o parlamento iraniano ter recomendado hoje o fecho de um dos principais corredores comerciais e económicos do mundo, o Estreito de Ormuz, - cuja decisão final compete ao líder supremo da república islâmica, o ayatollah Ali Khamenei – o dirigente do PCP salientou que “se há alguém que tem falado e exigido o desenvolvimento da produção nacional e a garantia da soberania alimentar portuguesa, tem sido o PCP”.

“Temos dito sempre e às vezes temo-lo dito sozinhos com outros a olhar-nos de lado, a dizer que não vale a pena porque estamos numa situação de um mundo globalizado”, criticou.

Irão

EUA "têm que receber uma resposta" -

O presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, condenou a "agressão" dos Estados Unidos e acusou Washington de estar "por trás" da operação militar israelita no Irão.

Os Estados Unidos "têm que receber uma resposta à sua agressão", acrescentou o mandatário, durante um telefonema com o seu homólogo francês, Emmanuel Macron, segundo a agência de notícias Irna.

"Os acontecimentos desta manhã são escandalosos e terão consequências eternas", escreveu mais cedo no X o ministro iraniano dos Negócios Estrangeiros, Abbas Araqchi.

O Irão vai defender-se "por todos os meios necessários", acrescentou. "Não há linha vermelha que não tenham cruzado. E a última e a mais perigosa aconteceu ontem à noite. Cruzaram uma linha vermelha muito grande, ao atacar as instalações nucleares", declarou.

A Guarda Revolucionária, exército ideológico da República Islâmica, ameaçou os Estados Unidos com "represálias que vão lamentar".

A Agência de Energia Atómica iraniana, por sua vez, denunciou o ataque como "um ato bárbaro que viola o direito internacional" e disse que, "apesar das malvadas conspirações dos seus inimigos", o Irão "não deixará que o caminho do desenvolvimento desta indústria nacional (nuclear), que é o resultado do sangue de mártires nucleares, seja detido".

Israel

A promessa "foi cumprida"

"A decisão audaciosa de atacar as instalações nucleares do Irão com o impressionante e justo poder dos Estados Unidos mudará a história", afirmou o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, em mensagem de vídeo em agradecimento a Trump.

Os ataques marcam "um ponto de inflexão histórico que pode ajudar a levar o Médio Oriente e além para um futuro de prosperidade e paz", acrescentou. "O presidente Trump e eu dizemos com frequência: paz através da força".

"Primeiro vem a força, depois vem a paz. E esta noite, o presidente Trump e os Estados Unidos agiram com muita força", considerou.

ONU

"Escalada perigosa"

"É uma escalada perigosa numa região que já está à beira do abismo, e uma ameaça direta à paz e à segurança mundial", avaliou o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres.

Brasil

"Grave preocupação"

Através de uma nota, o ministério dos Negócios Estrangeiros declarou que "o governo brasileiro expressa grave preocupação com a escalada militar no Médio Oriente e condena com veemência (...) ataques militares de Israel e, mais recentemente, dos Estados Unidos, contra instalações nucleares, em violação da soberania do Irão e do direito internacional".

Também "ressalta a necessidade urgente de solução diplomática que interrompa esse ciclo de violência e abra uma oportunidade para negociações de paz".

Ainda segundo o Itamaraty, "o Governo brasileiro reitera sua posição histórica em favor do uso exclusivo da energia nuclear para fins pacíficos e rejeita com firmeza qualquer forma de proliferação nuclear".

União Europeia

Insta "todas as partes a recuarem" -

A chefe da diplomacia da União Europeia, Kaja Kallas, instou "todas as partes a recuarem, a voltarem à mesa de negociações e evitarem qualquer escalada adicional", em mensagem publicada no X.

Acrescentou que o Irão não deve desenvolver armas nucleares e que os ministros dos Negócios Estrangeiros  da UE irão debater a situação na segunda-feira.

Rússia

Bombardeamentos "irresponsáveis"

A Rússia condenou firmemente os bombardeamentos americanos, que apelidou de "irresponsáveis", contra o principal aliado no Médio Oriente.

"A decisão irresponsável de realizar ataques com mísseis e bombas no território de um Estado soberano, qualquer que seja o argumento apresentado, viola flagrantemente o direito internacional", declarou a diplomacia russa.

China

Pede cessar-fogo

O Ministério dos Negócios Estrangeiros da China afirmou, neste domingo, que "condena firmemente" os bombardeamentos dos Estados Unidos e afirmou que contribuem para uma "escalada das tensões no Oriente Médio".

"A China chama todas as partes em conflito, especialmente Israel, a um cessar-fogo o quanto antes", informou a chancelaria.

Reino Unido

Irão deve "voltar à mesa de negociações" -

O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, pediu ao Irão que "volte à mesa de negociações".

"Nunca se pode permitir ao Irão desenvolver uma arma nuclear e os Estados Unidos tomaram medidas para mitigar esta ameaça", escreveu Starmer no X, destacando que "a estabilidade na região é uma prioridade".

Alemanha

Apela a que Irão continue a negociar

O chefe do governo alemão, Friedrich Merz, "reiterou o apelo para que o Irão inicie imediatamente negociações com os Estados Unidos e Israel a fim de alcançar uma solução diplomática para o conflito".

França

Apelo à "moderação" -

O presidente francês, Emmanuel Macron, conversou este domingo com o seu homólogo iraniano, Masoud Pezeshkian, e instou-o a regressaar aos "diálogos diplomáticos" e pediu "a desescalada" do conflito, informou o Palácio do Eliseu, sede da Presidência francesa.

Espanha

Pede "desescalada" e mais negociações

"Chamamos todas as partes à desescalada. Não é a solução militar que vai trazer paz e estabilidade ao Médio Oriente, mas a diplomacia e, portanto, esperamos que todos voltem à mesa de negociação", assinalou o ministro espanhol dos Negócios Estrangeiros, José Manuel Albares.

Arábia Saudita

"Grande preocupação"

A Arábia Saudita "acompanha com grande preocupação os acontecimentos na República Islâmica do Irão, com o ataque às instalações nucleares iranianas por parte dos Estados Unidos", afirmou o ministério dos Negócios Estrangeiros saudita.

Ucrânia

"Mensagem clara"

A diplomacia ucraniana afirmou que os ataques "enviam uma mensagem clara ao regime iraniano de que é inaceitável que continue com sua política de desestabilização da situação de segurança no Médio Oriente".

Omã

Pede uma "desescalada imediata"

Omã, que atua como mediador entre os Estados Unidos nos diálogos sobre o programa nuclear iraniano, condenou "esta agressão ilegal" e pediu "uma desescalada imediata", afirmou um porta-voz do ministério das Relações Exteriores omani.

Iraque

"Escalada militar" 

O governo iraquiano condenou os ataques americanos, qualificando-os de "escalada militar" que "ameaça a segurança e a paz no Médio Oriente" e "põe gravemente em perigo a estabilidade regional".

Paquistão

O Irão "tem o direito de se defender" 

O Paquistão, única potência nuclear do mundo muçulmano e aliado dos Estados Unidos, condenou os bombardeamentos americanos. "Reiteramos que estes ataques violam todas as normas do direito internacional e que o Irão tem o direito legítimo de se defender em virtude da Carta das Nações Unidas", declarou a Chancelaria.

Papa Leão XIV

"A humanidade reivindica paz" -

"A humanidade grita e reivindica paz" diante das "notícias alarmantes do Médio Oriente", disse, este domingo, o Papa Leão XIV após os bombardeios americanos.

Organização para a Cooperação Islâmica

Expressa "profunda preocupação" -

A secretaria-geral da OCI expressou "profunda preocupação" e considerou que os ataques americanos constituem uma "escalada perigosa que poderia levar a um aumento das tensões e ameaçar (...) a segurança regional".

Rebeldes houthis

"Declaração de guerra" -

Os rebeldes houthis do Iêmen, aliados do Irão, consideraram os ataques americanos "uma declaração de guerra" contra o povo iraniano e afirmaram que estão prontos "para atacar os navios americanos no mar Vermelho".

Hamas

"Agressão criminosa" -

"Condenamos esta agressão criminosa", escreveu no Telegram o movimento islamista palestinano Hamas, aliado do Irão e imerso há 20 meses em uma guerra com Israel na Faixa de Gaza.

"Nós consideramos um exemplo flagrante da política de imposição da hegemonia pela força, uma agressão baseada na lei da selva e uma violação de todas as normas e convenções internacionais", acrescentou.

*Com agências

Jornais do dia

  • Record

    Record

    22 Junho 2025
  • O Jogo

    O Jogo

    22 Junho 2025
  • A Bola

    A Bola

    22 Junho 2025
  • Público

    Público

    22 Junho 2025
  • Notícias Magazine/JN

    Notícias Magazine/JN

    22 Junho 2025
  • Domingo-CM

    Domingo-CM

    22 Junho 2025
mookie1 gd1.mookie1