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As instalações nucleares iranianas estão há mais de uma década sob escrutónio apertado e têm sido alvo de várias sanções e negociações. O ponto de partida do programa nuclear iraniano começou há quase 60 anos, com a oferta de um primeiro reator pelos Estados Unidos, então aliados do regime.
- FORDO
Situada numa região montanhosa ao sul de Teerão, esta instalação subterrânea foi construída secretamente sob uma montanha nos arredores da cidade sagrada de Qom, cuja localização foi tornada pública em 2009. Em 2023, a AIEA detetou partículas de urânio enriquecido a 83,7%, valor próximo do grau militar.
Trump classificou Fordo como “o principal alvo” dos Estados Unidos.
Estima-se que a instalação tenha sido construída 100 metros abaixo do solo, a partir de uma estrutura de túneis usados pela élite da Guarda Revolucionária Islâmica, um pilar essencial do regime iraniano.
No ataque americano deste domingo, os EUA terão usado uma superbomba antibunker, a GBU-57. Trata-se de um explosivo de 13,6 toneladas, capaz de penetrar até 61 metros de rocha ou 18 metros de cimento antes de detonar.
- NATANZ
Localizado a cerca de 250 quilómetros a sul de Teerão, é o principal centro de enriquecimento de urânio do Irão. Natanz possui seis edifícios acima do solo e três estruturas subterrâneas, de acordo com a organização sem fins lucrativos Nuclear Threat Initiative (NTI).
Foi alvo de um ataque em abril de 2021, atribuído por Teerão a Israel. A Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) confirmou que foi um dos alvos dos ataques deste domingo.
- ISFAHAN
Neste complexo, o urânio extraído é convertido em gás UF6, usado nas centrífugas. Também possui uma unidade de fabrico de combustível nuclear. Desde junho, quatro edifícios foram atingidos por ataques israelitas, incluindo uma instalação de conversão de urânio.
A instalação foi construída com o apoio da China e inaugurada em 1984, segundo a Nuclear Threat Initiative (NTI). Estima-se que cerca de três mil cientistas trabalhem em Isfahan.
Em 2022, o Irão anunciou para o local a construção de um novo reator de investigação.
- ARAK
O reator nuclear de água pesada de Arak, também conhecido como IR-40, foi construído em 2003. Sabe-se pouco publicamente sobre o projeto mas acredita-se que a empresa russa Nikit participou na sua construção.
A construção foi interrompida após a assinatura do Plano de Ação Conjunto Global que condicionou a modificação do reator ao levantamento das sanções.
Na passada quinta-feira, 19 de junho, Israel atacou o localo e a instalação foi supostamente evacuada.
O Irão notificou a AIEA de que planeia colocá-lo em funcionamento até 2026. Oficialmente, a instalação visa a produção de plutónio para fins médicos.
- BUSHEHR
É a única central nuclear de produção de energia em funcionamento no país, situada na cidade portuária de Bushehr. Construída com apoio da Rússia, foi ligada à rede elétrica em 2012. Moscovo continua a fornecer combustível para o reator, que permanece sob supervisão da AIEA.
Este domingo, 22 de junho, a imprensa iraniana noticiou que "uma forte explosão foi ouvida" na província de Bushehr, não sendo ainda conhecidos detalhes sobre o que terá acontecido.
Na sexta-feira, 20 de junho, o chefe da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) alertou no Conselho de Segurança da ONU que um ataque contra Bushehr poderia causar uma catástrofe nuclear. “Trata-se da central nuclear onde as consequências de um ataque poderiam ser mais graves” já que “abriga milhares de quilogramas de material nuclear”, afirmou Rafael Grossi.
- DARKHOVIN E SIRIK
Desde finais de 2022, o Irão está a construir uma central de 300 megawatts em Darkhovin, no sudoeste do país. Em 2024, iniciou também a construção, em Sirik (estreito de Ormuz), de um complexo com quatro centrais que totalizarão 5.000 megawatts de potência.
- TEERÃO
O centro de investigação nuclear da capital iraniana alberga um reator fornecido pelos EUA em 1967, destinado à produção de radioisótopos para uso médico.
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