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O funicular, símbolo histórico da cidade, descarrilou no início da noite de quarta-feira, após alegada rutura de um cabo de segurança, embatendo violentamente contra um edifício na Calçada da Glória. Entre as vítimas contam-se passageiros e transeuntes. O Governo decretou um dia de luto nacional, enquanto a Câmara Municipal de Lisboa declarou três dias de luto municipal.

Quanto à nacionalidade das vítimas transportadas para os hospitais, foram identificados até ao momento quatro cidadãos portugueses, dois alemães, dois espanhóis, um coreano, um cabo-verdiano, um canadiano, um italiano, um francês, um suíço e um marroquino. Falta apurar a nacionalidade de quatro feridos.

Que tragédias mortais marcaram o país no passado?

O acidente do Elevador da Glória relembra outros momentos de luto coletivo em Portugal, onde falhas estruturais, fenómenos naturais ou incêndios provocaram elevadas perdas humanas:

  • Terramoto de 1755 (Lisboa) – Sismo, seguido de tsunami e incêndios, devastou a capital e arredores, causando entre 30 e 40 mil mortos.

  • Descarrilamento de comboio rápido do Algarve (1954): O descarrilamento do comboio rápido que ligava o Algarve ao Barreiro, entre as estações de Pereiras e Sabóia, aconteceu a 13 de setembro de 1954, e provocou a morte a 34 pessoas, deixando ainda 34 feridos.
  • Acidente aéreo na Costa da Caparica (1961): Tudo aconteceu no dia 30 de maio de 1961 quando um avião que ligava Lisboa aos Açores caiu perto da Fonte da Telha e morreram 61 pessoas, todas a bordo. O voo começou em Roma, fez escala em Madrid, parou em Lisboa e seguia para os Açores, antes de seguir para Caracas, na Venezuela. Acabou por se despenhar cerca de cinco minutos depois de levantar voo do Aeroporto da Portela.
  • Queda de cobertura na estação do Cais do Sodré (1963): O desabamento da cobertura na estação ferroviária do Cais do Sodré, em Lisboa, a 28 de maio de 1963, custou a vida a 49 pessoas e deixou 69 feridos. O acidente aconteceu durante a tarde, às 16h00.
  • Acidente aéreo no Funchal (1977): é o único acidente mortal na história da TAP. Aconteceu a 19 de novembro de 1977, num voo que partiu de Bruxelas, fez escala em Lisboa e seguiu para o Funchal. Depois de duas tentativas falhadas devido ao mau tempo, o comandante do voo TP425, um Boeing 727-200, tentou novamente e o aparelho despenhou-se no final da pista número 24 do aeroporto de Santa Catarina às 21h48 e caiu na praia, junto ao mar, dividindo-se em dois. Morreram 131 pessoas e sobreviveram 33.
  • Colisão ferroviária de Alcafache (1985) – Dois comboios chocaram na Linha da Beira Alta, provocando oficialmente 49 mortos, mas com estimativas não oficiais que apontam para mais de 100 vítimas.
  • Acidente aéreo de Santa Maria (1989) - Tudo aconteceu a 8 de fevereiro de 1989, quando um charter turístico — que partiu de Itália com destino a Punta Cana tentou parar nos Açores para reabastecer e colidiu com o Pico Alto na ilha de Santa Maria. Não houve sobreviventes e morreram as 144 pessoas.
  • Colapso da Ponte Hintze Ribeiro (2001) – Em Entre-os-Rios, a queda da ponte atirou um autocarro e três automóveis ao rio Douro, causando 59 mortos.

  • Incêndio de Pedrógão Grande (2017) – O mais mortífero incêndio florestal da história portuguesa, com 66 mortos e mais de 250 feridos.

  • Incêndios de outubro de 2017 (Centro e Norte) – Outra vaga devastadora de fogos que vitimou 50 pessoas, sobretudo nos distritos de Coimbra e Viseu.

  • Acidente de autocarro na Madeira (2019): um autocarro de turismo despistou-se na freguesia do Caniço, na Madeira, quando 54 turistas alemãs, o motorista e a guia seguiam a caminho de um restaurante no Funchal. Foi no dia 17 de abril de 2019, na Estrada da Ponta da Oliveira e morreram 29 pessoas.