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De acordo com os dados, em 2024 foram realizados 80.239 partos, menos 1,1% face aos 83.132 registados no ano anterior. A maioria dos nascimentos (80,5%) ocorreu em unidades do Serviço Nacional de Saúde (SNS). Ainda assim, os rácios de partos por população feminina em idade fértil foram mais elevados nas regiões da Grande Lisboa e do Algarve, acima da média nacional de 3,8%.

O relatório dá também conta de um aumento da taxa de cesarianas, que passou de 38,1% em 2023 para 38,7% no ano seguinte. No total, foram realizadas 31.035 cesarianas em 2024, das quais 67,9% em unidades do SNS e 32,1% em unidades não públicas. A diferença entre setores é significativa: nas unidades privadas e sociais, quase dois terços (63,4%) dos partos foram cesarianas, comparando com 32,7% no setor público.

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As cesarianas realizadas na ausência de trabalho de parto foram maioritárias (53,0%), sendo mais comuns nas unidades não públicas (54,7%) do que no SNS (51,4%). Já entre os motivos para as intervenções, as cesarianas de urgência lideraram no SNS (65,9%), enquanto nas unidades privadas predominam as programadas (57,3%).

Entre 2023 e 2024, registaram-se 847 óbitos fetais e neonatais — 426 no primeiro ano e 421 no segundo —, correspondendo a um rácio de 0,52% por nascimento. As causas mais comuns de óbitos fetais foram insuficiência placentar, descolamento da placenta e infeção intrauterina. No caso dos neonatais, destacaram-se a prematuridade extrema, a hipoxemia e malformações congénitas.

O relatório alerta ainda para desigualdades no acesso aos cuidados de obstetrícia. Quase metade (46,9%) das mulheres em idade fértil vive em concelhos classificados como tendo elevado nível de necessidades obstétricas. Para 23,3% desta população, o acesso a cuidados foi considerado reduzido, valor que sobe para 32,3% se analisado apenas o SNS.

Atualmente, existem 56 unidades de obstetrícia e neonatologia em funcionamento em Portugal continental, sendo quase metade (44,6%) localizadas na região Norte e 17,9% na Grande Lisboa.