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O professor de física, Horácio Fernandes, clarifica o assunto ao 24notícias e explica que este mito só é válido em situações específicas. "O micro-ondas só destrói nutrientes quando os alimentos são demasiado aquecidos, ao ponto de evaporar toda a água do alimento e dar-se início ao processo de carbonização (e aí ninguém vai comer comida queimada)".

Segundo o professor, acontece precisamente o contrário na maioria dos casos. Ao cozinhar no micro-ondas sem adicionar água (ou com muito pouca), evita-se a dissolução de vitaminas e minerais que normalmente se perdem quando se coze em água a ferver. Assim, muitos nutrientes acabam por ser melhor preservados.

Há, no entanto, exceções. "Algumas vitaminas são muito sensíveis à temperatura e essas são sempre destruídas mal os alimentos atinjam temperaturas elevadas, por exemplo acima de 65º.  Há quem pense que ao colocar sumo de limão no chá está a tomar um grande reforço de Vitamina C, e esta vitamina é das que é mais sensível à temperatura", acrescenta.

O verdadeiro cuidado deve estar no binómio tempo-potência. Quando se tratam de pequenas quantidades, a energia pode concentrar-se em pontos específicos e aquecer de forma desigual, destruindo nutrientes nessas zonas. A recomendação é simples: usar menor potência e ir verificando o cozinhado.

Outro mito comum é o medo da "radiação" emitida pelo micro-ondas. O termo assusta, mas a explicação é simples: tratam-se de ondas rádio, semelhantes às dos telemóveis ou radares da polícia, apenas com maior intensidade. "A energia libertada não altera as estruturas moleculares. O que o micro-ondas faz é depositar calor nos alimentos, como uma tostadeira, mas de forma mais eficiente, porque as ondas penetram no interior e não apenas na superfície", explica.  Este processo faz com que os alimentos cozinhem mais rapidamente, sem qualquer tipo de degradação adicional, desde que não se ultrapassem os limites normais de cozedura.

Também o tipo de recipiente é importante. Não devem ser metálicos, de preferência vidro ou cerâmica, e nunca totalmente vedados. O uso de plásticos só é seguro se forem certificados para micro-ondas, pois alguns libertam substâncias tóxicas com o calor.

Curiosamente, o metal não é o vilão que muitos pensam. “O problema do metal é que bloqueia as ondas, impedindo que penetrem no alimento. Mas há situações em que pode — e deve — ser usado”, refere o professor.

Um exemplo é quando se aquece água: manter uma colher metálica dentro da chávena ajuda a evitar acidentes por sobreaquecimento. A água pode atingir o ponto de ebulição sem ferver visivelmente e, ao mexer, entrar em ebulição súbita, projetando líquido e causando queimaduras. A colher permite que as bolhas se formem de forma controlada.

Além da segurança, o micro-ondas tem outra vantagem: a eficiência energética. Como o calor é gerado diretamente no interior dos alimentos, há menos perda de energia para o ambiente.

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