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Segundo a agência France-Presse, cita a RTP Notícias, os militares assumiram "o controlo total do país" , suspenderam o processo eleitoral e fecharam as fronteiras. O anúncio foi feito pelos militares que leram um comunicado na sede do Estado-Maior das Forças Armadas, na capital Bissau.

Segundo a CNN Portugal, citando a Lusa, através de testumunhos no terreno confirma-se que estavam a ser ouvidos tiros de armas ligeiras e de guerra no centro de Bissau desde das 12h40.

Oficiais militares alegadamente ligados à etnia balanta (grupo étnico nigero-congolês dividido entre a Guiné-Bissau, o Senegal e a Gâmbia), maioritária na Guiné-Bissau, terão detido o Presidente Umaro Sissoco Embaló, segundo informações divulgadas numa página de Facebook associada ao chefe de Estado guineense, revela a RTP Notícias. A ação militar ocorre num momento de forte contestação e incerteza em torno dos resultados das eleições presidenciais e legislativas de domingo.

Testemunhos indicam que homens fardados assumiram o controlo da principal via de acesso ao Palácio Presidencial, numa operação que está a ser descrita como uma possível tentativa de golpe de Estado. No entanto, vários membros da sociedade civil e da oposição sugerem que pode tratar-se de uma manobra do próprio presidente para suspender o processo de contagem dos votos, que não lhe seria favorável.

O porta-voz de Embaló, António Yaya Seidy, afirmou à agência Reuters que homens armados não identificados atacaram a Comissão Eleitoral Nacional com o objetivo de impedir o anúncio dos resultados, previsto para quinta-feira.

A Guiné-Bissau aguarda ainda a divulgação oficial dos resultados das eleições gerais, presidenciais e legislativas. Tanto Umaro Sissoco Embaló como o candidato da oposição, Fernando Dias, reivindicaram vitória na primeira volta.

Segundo a contagem própria de Embaló, divulga o Jeune Afrique, o presidente terá alcançado 65% dos votos. Porém, após os primeiros resultados provisórios começarem a circular, um contingente militar terá entrado no Palácio Presidencial para deter o chefe de Estado.

Além de Embaló, terão sido igualmente detidos o Chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, o Vice-Chefe do Estado-Maior e o ministro do Interior, Botché Candé. As circunstâncias das detenções permanecem pouco claras, aumentando a incerteza sobre quem controla efetivamente a estrutura do Estado guineense neste momento.

Estas eleições ficaram ainda marcadas pela ausência do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), formação histórica que liderou a luta contra o colonialismo português. O partido foi impedido de apresentar candidatos após as autoridades considerarem que a documentação fora entregue fora do prazo uma decisão contestada pela oposição e pela sua direção.

Umaro Sissoco Embaló procurava tornar-se o primeiro presidente em três décadas a conquistar um segundo mandato consecutivo num país profundamente marcado pela instabilidade política. Desde a independência em 1974, a Guiné-Bissau já registou pelo menos nove golpes de Estado. A última eleição presidencial, em 2019, resultou também numa crise prolongada, com Embaló e o rival Simões Pereira a declararem-se vencedores.

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