
Acompanhe toda a atualidade informativa em 24noticias.sapo.pt
A criminalização dos insultos a funcionários públicos proposta pelo governo é justificada com o argumento de que as instituições públicas responsáveis por proteger os cidadãos não podem funcionar devidamente se os seus profissionais forem alvo de abusos.
“Não podemos aceitar que os funcionários públicos suecos sejam ameaçados e insultados. Isso tem consequências sérias para os visados. E, a longo prazo, ameaça a nossa democracia e o Estado”, afirmou o ministro da Justiça, Gunnar Strömmer, citado pela Monocle.
Os casos de abuso, tanto verbal como físico, contra professores, enfermeiros, assistentes sociais e agentes policiais têm aumentado no país. Algumas escolas proibiram recentemente a entrada de encarregados de educação que insultaram docentes. Também se têm multiplicado os relatos de ameaças dirigidas a profissionais de saúde durante o horário de trabalho.
No entanto, restringir a liberdade de expressão levanta preocupações, nomeadamente num país que se orgulha da sua democracia e abertura ao debate e à diversidade de opiniões. Para os críticos, esta lei pode abrir caminho para um futuro em que denunciar abusos ou criticar instituições públicas deixe de ser permitido e em que o próprio Estado passe a definir o que é, ou não, linguagem aceitável.
Na véspera da entrada em vigor da nova lei, em Malmö, humoristas esgotaram um espetáculo de stand-up repleto de palavrões dirigidos aos funcionários públicos. Muitos dos comediantes, que também são professores, enfermeiros ou assistentes sociais, subiram ao palco perante uma plateia cheia de colegas. Foi, dizem, uma última oportunidade para rir antes que certas palavras possam significar prisão.
Comentários