
Numa altura de contínua guerra na Ucrânia causada pela invasão russa e de fortes tensões no Médio Oriente, a reunião de alto nível da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) — a primeira organizada pelo atual secretário-geral da Aliança, Mark Rutte — arrancou na terça-feira com uma agenda centrada no debate dos acontecimentos mundiais e do seu impacto na segurança euro-atlântica.
Apesar de não constar da agenda oficial do encontro, a situação no Médio Oriente irá marcar as discussões deste último dia de cimeira, depois de Donald Trump ter proposto um cessar-fogo para pôr fim à guerra de 12 dias que abalou a região.
Telavive e Teerão aceitaram a proposta de Washington – que durante o fim de semana também se envolveu diretamente no conflito ao bombardear instalações nucleares iranianas – mas já se acusaram mutuamente de ter violado a trégua.
O principal objetivo da cimeira é, ainda assim, assegurar um novo compromisso entre os aliados para gastarem mais em defesa face à instabilidade geopolítica mundial.
Os aliados devem hoje chegar a acordo para gastar 3,5% do Produto Interno Bruto (PIB) em gastos militares tradicionais (forças armadas, equipamento e treino) e 1,5% do PIB adicionais em infraestruturas de dupla utilização, civis e militares (como relativas à cibersegurança, prontidão e resiliência estratégica), um acréscimo face ao atual objetivo de 2%.
Esta é a proposta do secretário-geral da NATO, Mark Rutte, que chegou a suscitar reserva por parte de Espanha, Eslováquia e Itália, mas que deve ser aprovada pelos líderes da Aliança Atlântica na reunião de alto nível desta manhã, ficando decidida a meta temporal.
Certo é que a perceção de ameaça entre os aliados está mais acentuada, o que obriga a um maior investimento em defesa, como tem vindo a defender o Presidente norte-americano, Donald Trump, que marca presença em Haia.
É a primeira reunião de alto nível da NATO do republicano desde que iniciou o seu segundo mandato na Casa Branca, em janeiro passado.
Em Portugal, o Governo anunciou que iria antecipar a meta de 2% do PIB em defesa para 2025.
Em 2024, Portugal investiu cerca de 4.480 milhões de euros em defesa, aproximadamente 1,58% do seu PIB, o que colocou o país entre os aliados da NATO com menor despesa militar – abaixo da meta dos 2% -, segundo estimativas do Governo.
Portugal está representado pelo primeiro-ministro, Luís Montenegro, e pelos ministros dos Negócios Estrangeiros e da Defesa, Paulo Rangel e Nuno Melo, respetivamente.
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