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“Os dados relativos à atividade gripal nesta época de 2025-26 (...) mostraram que na semana 48, que se iniciou a 24 de novembro, a atividade gripal é epidémica”, afirmou à agência Lusa Raquel Guiomar, responsável pelo Laboratório Nacional de Referência para o vírus da Gripe e Outros Vírus Respiratórios do INSA.

Segundo a investigadora, nas últimas “duas a três semanas” observou-se “um aumento do número de casos confirmados laboratorialmente de infeção pelo vírus da gripe” e reportados pela Rede de Médicos Sentinela.

O Boletim de Vigilância Epidemiológica da Gripe e outros Vírus Respiratórios do INSA, divulgado esta sexta-feira, indica que entre 24 e 30 de novembro se registou um aumento na taxa de incidência das infeções respiratórias agudas graves, atingindo 10,5 casos por 100 mil habitantes. Os escalões etários dos zero aos quatro anos e dos 65 ou mais anos foram os que registaram maior crescimento, sendo este último o mais elevado.

Durante a semana analisada, foram admitidos 82 casos graves de infeção respiratória aguda nas Unidades Locais de Saúde que reportaram dados, incluindo 10 internamentos em unidades de cuidados intensivos (UCI).

“Todos os casos tinham doença crónica subjacente e recomendação para vacinação contra a gripe sazonal, três dos quais estavam vacinados. Nesta semana, a proporção da gripe em UCI foi de 6,0%, tendo aumentado face à semana anterior (1,6%)”, refere o boletim.

Raquel Guiomar explicou que a gravidade da doença pode estar associada ao vírus predominante, mas também às condições individuais de cada doente.

Sobre os vírus em circulação, a especialista referiu que os vírus que infetam humanos são dos tipos A e B, sendo que nesta época circulam essencialmente vírus influenza A.

“Temos vindo a detetar os dois subtipos do vírus da gripe do tipo A, quer o vírus AH1N1, quer o vírus AH3N2”, afirmou, acrescentando que há “um ligeiro predomínio” do AH1N1.

Contudo, avisou que a co-circulação dos dois subtipos pode alterar-se nas próximas semanas.

Subgrupo AH3N2 K já representa 45%

Nas últimas semanas, o subtipo AH3N2 tem merecido maior atenção, devido à evolução que adquiriu no hemisfério norte e no hemisfério sul. Segundo Guiomar, este vírus “evoluiu e adquiriu mutações que podem aumentar a sua capacidade de transmissão e infeção”. Estas alterações distinguem-no dos vírus contemplados na vacina 2025-2026.

A investigadora afirmou que o novo subgrupo AH3N2, designado K, “já foi detetado em Portugal e representa cerca de 45% dos vírus AH3N2 caracterizados até agora”.

Questionada sobre a possibilidade de crescimento, respondeu que é “uma hipótese que poderá vir a acontecer”, lembrando que em países onde a época gripal começou mais cedo foram estes os vírus que “tiveram um aumento de circulação assim que se iniciou a atividade gripal”.

A especialista assinalou que a epidemia chegou “três a quatro semanas mais cedo” do que o habitual, aproximando-se do padrão de 2023-24.

“Mas ainda não atingimos a atividade máxima. No fundo, estamos, neste momento, em atividade gripal epidémica com tendência crescente”, destacou.

A circulação do SARS-CoV-2 mantém-se reduzida, e o vírus sincicial respiratório (RSV) apresenta baixa atividade, embora possa aumentar nas próximas semanas.

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