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As forças navais francesas abordaram e inspecionaram um navio petroleiro, associado à chamada “frota sombra” da Rússia, que poderá ter funcionado como plataforma de lançamento de drones responsáveis por incursões aéreas na Dinamarca na semana passada, diz o The Guardian.
Segundo o jornal britânico, a embarcação, de nome Boracay, navegava disfarçada sob diferentes identidades e foi interceptada no Atlântico, quando seguia rumo à Índia com 750 mil barris de crude, após sair do terminal russo de Primorsk, próximo de São Petersburgo.
Dois tripulantes – que se apresentaram como capitão e imediato – foram colocados sob detenção depois de se terem recusado a justificar a nacionalidade do navio e de colaborarem de forma limitada com as autoridades. A embarcação foi escoltada até Saint-Nazaire, na costa ocidental francesa, onde decorrem investigações.
O presidente Emmanuel Macron considerou o procedimento uma “boa decisão”, sublinhando que a ação se insere no esforço europeu de monitorizar operações suspeitas de Moscovo em águas internacionais. Do lado russo, o Kremlin afirmou “não dispor de informações” sobre o incidente.
Suspeitas de envolvimento nos voos de drones
As atenções concentram-se no Boracay devido à sua presença nas proximidades da Dinamarca a 22 e 24 de setembro, datas em que drones não identificados levaram ao encerramento temporário dos aeroportos de Copenhaga e Aalborg. Nenhum dos aparelhos foi abatido e, apesar de Copenhaga ter insinuado responsabilidade russa, os investigadores dinamarqueses ainda não apresentaram provas conclusivas.
A principal linha de investigação é que os drones – de grande dimensão e provavelmente lançados por catapulta – terão descolado de navios estacionados no mar Báltico. Tal hipótese ganha peso perante o facto de o Boracay, até há poucas semanas registado com o nome Pushpa e anteriormente identificado também como Varuna e Kiwala, estar listado em relatórios ocidentais como parte da frota usada por Moscovo para contornar sanções energéticas.
De recordar que o conceito de “frota sombra” refere-se a embarcações de propriedade opaca ou de registo dúbio que transportam petróleo e derivados russos para terceiros países, escapando aos mecanismos de sanção impostos pela União Europeia, Reino Unido e aliados.
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