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O presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, deu este domingo a sua primeira entrevista sobre o trágico acidente no Elevador da Glória, que provocou 16 mortos e mais de 20 feridos, admitindo demitir-se caso seja provado algum “erro político”. As declarações foram prestadas no Jornal da Noite da SIC.
Segundo Carlos Moedas, a prioridade da autarquia após o acidente foi acompanhar de perto as famílias afetadas.
“Foram dias de luto, para estar ao lado das famílias e dizer-lhes que vão ter uma resposta. Farei tudo o que está ao alcance na minha vida para ter uma resposta para estas famílias”, afirmou.
O autarca disse ainda que a manutenção do elevador estava em dia e que qualquer falha que venha a ser apurada será devidamente investigada.
O presidente da Câmara justificou a suspensão temporária das operações nos outros ascensores da cidade como medida de segurança: “Aquilo que quero é garantir que até termos a certeza do que aconteceu não vou deixar que aconteça outra vez, se sistemas de emergências não funcionam. Tenho de ter essa certeza”, explicou. As vistorias estão a ser feitas “até ao milímetro”.
Sobre responsabilidades políticas, Moedas rejeitou acusações de negligência e apontou o que considerou “aproveitamento político” por parte de alguns partidos. Admitiu, porém, que se provarem que alguma ação sua tenha contribuído para que a empresa não mantivesse os equipamentos de forma adequada, demitir-se-ia de imediato.
O presidente da Câmara recordou ainda que em 2018 houve um acidente no mesmo elevador, que não provocou feridos, mas que não encontrou registo oficial do ocorrido. Criticou o PS de Lisboa e acusou Alexandra Leitão de ser “dissimulada” e “cínica”, referindo que o partido teria tentado pressionar pela sua demissão.
Em paralelo, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, considerou que Carlos Moedas tem responsabilidade política sobre o acidente, mas sublinhou que “ainda há muitas dúvidas por esclarecer” e que, a um mês das eleições autárquicas, “devem ser os eleitores a pronunciar-se”.
O primeiro relatório sobre o acidente confirmou que o cabo que unia as cabinas cedeu e que o guarda-freios acionou os travões de imediato, sem sucesso em reduzir a velocidade do veículo, que terá atingido cerca de 60 km/h.
O documento esclarece que os freios não possuem capacidade suficiente para imobilizar as cabinas em movimento sem a ligação do cabo, tornando o sistema não redundante em caso de falha. A inspeção visual programada na manhã do acidente foi realizada, mas a zona onde o cabo se rompeu não pode ser verificada sem desmontagem.
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