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Segundo a nota informativa divulgada este sábado ao início da noite, o cabo terá cedido no ponto de fixação dentro do trambolho superior da cabina n.º 1.

Estas são as primeiras conclusões oficiais após as diligências realizadas no local da tragédia.

O documento explica que o restante cabo, o volante de inversão e as polias encontravam-se lubrificadas e sem anomalias aparentes, assim como o cabo do trambolho superior da cabina n.º 2. As imagens do relatório evidenciam o local da falha e o estado em que ficou o cabo.

O GPIAAF sublinha que "a zona onde o cabo se separou não é passível de visualização sem desmontagem", o que significa que a manutenção visual realizada na manhã do acidente não poderia ter identificado a falha.

As evidências também indicam que "o freio pneumático e o freio manual foram rapidamente aplicados pelo guarda-freio da cabina n.º 1", mas que, na configuração existente, os freios não têm capacidade suficiente para imobilizar as cabinas em movimento sem que as massas estejam equilibradas pelo cabo de ligação, não constituindo um sistema redundante à falha dessa ligação.

O relatório assinala que o sistema de emergência do volante de inversão, localizado no cimo da Calçada da Glória, funcionou como previsto, acionando automaticamente o freio pneumático em cada cabina em caso de perda de força no cabo. No entanto, "ainda não foi possível confirmar se o sistema de aplicação automática do freio pneumático funcionou corretamente durante o acidente".

No relatório é detalhado ainda o percurso da cabina que deslizou, mas permaneceu intacta: "a cabina n.º 2 recua bruscamente, sendo o seu movimento sustido cerca de 10 metros depois pela sua saída parcial além do final da via-férrea e enterramento do trambolho do lado inferior no final da vala do cabo".

O documento permite também estimar a velocidade da cabina que ficou completamente destruída.

"Estima-se, com uma margem de incerteza não negligenciável devido ao desconhecimento de alguns parâmetros, que o primeiro embate tenha ocorrido a uma velocidade da ordem dos 60 km/h, tendo todos estes eventos decorrido num tempo inferior a 50 segundos".

Por fim, a investigação revelou que o ascensor não está sob a supervisão do Instituto da Mobilidade e dos Transportes, I.P., e que não existe informação fidedigna sobre o enquadramento legal do Elevador da Glória nem sobre qual entidade pública é responsável por supervisionar o seu funcionamento e segurança. Estas são as primeiras conclusões após as diligências realizadas depois do acidente.

A divulgação da nota informativa estava inicialmente prevista para esta sexta-feira, mas acabou por ser adiada para a tarde deste sábado.

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“Atendendo a que, como é do conhecimento público, a remoção dos veículos e destroços envolvidos no acidente se prolongou por toda a noite e madrugada e que o GPIAAF teve também a necessidade de acompanhar, esta tarde, diligências adicionais promovidas pelo Ministério Público, que terminaram há pouco, não é possível proceder hoje à publicação da Nota Informativa. A sua publicação será feita durante a tarde de amanhã, sábado”, explicou o organismo.

O Elevador da Glória, em Lisboa, descarrilou na quarta-feira, provocando a morte de 16 pessoas e ferindo 23. Entre os mortos estão cinco portugueses, dois sul-coreanos, um suíço, três britânicos, dois canadianos, um ucraniano, um americano e um francês. Segundo a Proteção Civil, dez dos 23 feridos apresentam estado grave.