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O fugitivo neozelandês Tom Phillips, que passou quase quatro anos escondido com os seus três filhos após uma disputa de custódia, foi morto pela polícia na sequência de um tiroteio ocorrido na madrugada desta segunda-feira, diz o The Guardian.
Phillips, de 37 anos, tornou-se uma figura mediática na Nova Zelândia depois de desaparecer com os filhos – Ember, hoje com 9 anos, Maverick, 10, e Jayda, 12 – pouco antes do Natal de 2021. A fuga para a natureza da região de Waikato, conhecida pelas florestas densas, costa acidentada e povoações dispersas, transformou-se numa saga nacional, alimentando debates sobre como um homem conseguiu sobreviver tanto tempo fora do alcance das autoridades.
Esta madrugada, por volta das 2h30 da manhã locais, dois indivíduos num quadriciclo foram avistados a transportar bens furtados numa loja agrícola em Piopio, uma pequena localidade rural. Quando os agentes tentaram intercetar o veículo, este passou por cima de uma barreira de pregos e acabou por imobilizar-se.
Foi nesse momento que um dos ocupantes disparou com uma espingarda de alta potência contra os polícias, atingindo gravemente um agente na cabeça. Os colegas responderam de imediato ao fogo e abateram o atirador, que, segundo as autoridades, é "muito provavelmente" Tom Phillips, embora a identificação oficial ainda esteja em curso.
Um dos filhos foi encontrado no local e está a receber apoio especializado. No entanto, os outros dois continuavam desaparecidos — e foram posteriormente encontrados num acampamento remoto no mato, devido às indicações dadas pela criança que estava com o pai durante o assalto, diz a BBC. Mais de 50 elementos das forças de segurança, incluindo a unidade de intervenção armada, foram mobilizados para os procurar.
O primeiro-ministro da Nova Zelândia, Christopher Luxon, classificou os acontecimentos como “tristes e absolutamente trágicos”. Sublinhou ainda que “não era este o desfecho que ninguém desejava” e que o país partilha um sentimento de frustração e dor com a comunidade afetada.
A mãe das crianças, conhecida como Cat, declarou ao canal público RNZ que se sente aliviada pelo fim da longa provação, mas profundamente triste pela forma como terminou. “A nossa esperança sempre foi que as crianças pudessem regressar de forma pacífica e segura", afirmou.
O vice-comissário da polícia, Jill Rogers, descreveu o incidente como “profundamente traumático” para todos os envolvidos, especialmente por ter ocorrido numa comunidade pequena e isolada.
Já o presidente da câmara de Waitomo, John Robertson, disse estar “arrasado” e considerou este “o pior desfecho possível” para a região, que acompanhava o caso há quase quatro anos com esperança de uma resolução pacífica.
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