Em causa está o fármaco Exemestano, utilizado em tratamentos hormonais que se prolongam por vários anos para evitar recidivas do cancro da mama e que, segundo adiantou a doente à Agência Lusa, citada pela CNN, não foi possível levantar na farmácia do Hospital Curry Cabral, como é habitual, devido a uma "rutura de stock".

À Lusa, a Unidade Local de Saúde São José, que integra o Curry Cabral, rejeitou que o medicamento se encontre em rutura, embora reconheça que verifica, neste momento, um "stock limitado".

“O problema não é só meu e há mais pessoas nessa situação”, disse a utente, que foi informada que só voltaria a ter acesso ao medicamento na farmácia do hospital “dentro de uma a duas semanas”.

Os comprimidos em causa são de toma diária, e segundo a utente, a medicação hormonal "implica uma grande alteração fisiológica e psicológica com bastante impacto na qualidade de vida".

A utente já apresentou uma reclamação e adiantou que a ULSSJ não lhe apresentou uma alternativa terapêutica, que pudesse evitar a interrupção do tratamento que tem de fazer diariamente.

“Eu senti-me desamparada, porque, de repente, o Serviço Nacional de Saúde está a virar-nos as costas”, lamentou.

A unidade local de saúde garante que o medicamento em causa continua a ser disponibilizado aos doentes oncológicos, “eventualmente em quantitativo inferior ao habitual”, tendo em conta a limitação de `stock´ existente.

"A ULS São José já reforçou junto do laboratório fornecedor a necessidade de entrega do fármaco, aguardando que a mesma se concretize nos próximos dias", referiu ainda a mesma fonte.

Contactada pela Lusa, a Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed) adiantou que "não existe rutura" do fármaco e que não tem "reporte de constrangimentos da parte dos hospitais".