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O momento em que uma pessoa decide partilhar a sua orientação sexual ou identidade de género representa um gesto profundo de confiança. A decisão de "sair do armário" implica, muitas vezes, um processo pessoal longo e difícil. Por isso mesmo, é fundamental que a resposta a essa partilha seja feita com empatia, cuidado e respeito.

“Empatia é, nesse momento, a ferramenta mais importante que se pode oferecer para ser um verdadeiro aliado e estar presente para a pessoa que se abre contigo”, afirma Max Talisman, cineasta queer, ator e fundador da produtora Malibu, Bro Productions, ao Time. “Transmitir que estamos a ouvir ativamente é absolutamente essencial.”

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Max Talisman destaca ainda que, para mostrar atenção plena, é importante não interromper a pessoa enquanto fala. A menos que esta solicite uma reação ou comentário, o ideal é manter o silêncio e ouvir de forma respeitosa. “Não intervir, não fazer piadas e não relativizar a situação. O essencial é demonstrar afeto e consideração.”

A escuta empática não exige grandes discursos, mas sim respostas ponderadas que validem a experiência da pessoa. Entre as expressões mais recomendadas pela comunidade LGBTQ+ estão:

  • “Agradeço-te por confiares em mim.”
  • “Aceito-te e apoio-te tal como és.”
  • “Podes contar comigo.”
  • “Se quiseres conversar mais sobre o que sentes, estou aqui.”

Estas respostas simples, mas significativas, contribuem para criar um espaço seguro, em que a pessoa se sente aceite e compreendida. Importa sublinhar que não é necessário ter todas as respostas, mas sim disponibilidade para aprender, escutar e acolher sem julgamento.

Promover uma cultura de respeito e inclusão passa, também, por saber responder de forma humanizada e consciente a momentos como este. A empatia e o compromisso com a escuta ativa são os primeiros passos para relações mais autênticas e ambientes mais inclusivos.

Além disso, escutar implica também assegurar a representatividade da comunidade LGBTQ+ nas restantes dimensões da vida interpessoal, tendo em conta as diferenças que nos caracterizam. Inês, ativista da PATH Coimbra, queer e portadora de deficiência física, sublinha que ainda há um caminho a fazer dentro da própria comunidade: "A luta, a resistência e o orgulho só fazem sentido se forem coletivos, interseccionais e para todos".