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Segundo um novo estudo, é improvável que o consumo de insetos ajude as pessoas a abandonar o hábito de consumo de carne, que é prejudicial para o ambiente.

Assim, as sondagens públicas realizadas nos EUA e na Europa revelaram que, embora 91% dos inquiridos estivessem dispostos a experimentar "carnes alternativas" à base de plantas, apenas cerca de 20% considerariam a possibilidade de comer insetos.

A criação e o consumo de insetos têm sido apresentados como uma alternativa mais ecológica ao consumo de carne tradicional, devido ao custo ambiental da criação de gado, um dos principais motores da desflorestação, responsável por mais de metade da poluição global da água e que pode causar mais de um terço de todos os gases com efeito de estufa, diz o The Guardian.

Além do "nojo" associado ao consumo de insetos, também são apontadas barreiras económicas na criação destas espécies. "Tendo em conta estes desafios, é difícil perceber como é que os alimentos à base de insectos podem substituir significativamente as opções tradicionais de carne", afirma o estudo, publicado na revista Nature npj Sustainable Agriculture.

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Embora muitas pessoas expressem o desejo de comer alimentos criados de forma sustentável, também se prevê que o consumo global de carne aumente nas próximas décadas, o que colocará uma pressão adicional sobre a terra, os cursos de água e o clima.

"Temos recursos limitados e temos de os dedicar às alternativas mais promissoras", afirmou Dustin Crummett, coautor do estudo e diretor executivo do Insect Institute. "Acontece que os insetos de viveiro têm consistentemente a pontuação mais baixa de todos os substitutos da carne e o mercado real para eles é incrivelmente pequeno, mesmo em lugares que têm uma tradição de comer insetos".

Por isso, embora tenham sido feitos alguns esforços para colocar insetos em produtos como os snacks e o pão, estes não estão a ser transformados em produtos que possam realmente afastar o consumo de carne.

"Toda a conversa sobre o consumo de insetos não fez uma grande diferença. As pessoas continuam a ter uma forte reação adversa aos insetos e não existe uma história cultural nesse sentido", afirmou ainda.