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Um casal de Nova Orleães, nos Estados Unidos, fez uma descoberta inusitada: ao limpar o jardim da sua casa, encontraram uma antiga lápide romana com cerca de 1.900 anos, escreve o The Guardian. O achado deu origem a uma investigação internacional sobre a origem do artefacto e ao processo de devolução da peça a Itália.
A descoberta ocorreu quando Daniella Santoro, antropóloga da Universidade de Tulane, e o seu marido, Aaron Lorenz, estavam a remover vegetação no quintal da sua residência. Entre as raízes e a terra, depararam-se com uma pedra de mármore plano, coberta de inscrições em latim. Intrigada, Santoro contactou o arqueólogo D. Ryan Gray, da Universidade de Nova Orleães, e a colega Susann Lusnia, professora associada de Estudos Clássicos em Tulane.
Os especialistas rapidamente concluíram que a inscrição era uma dedicatória funerária ao marinheiro romano Sextus Congenius Verus, datada do século II d.C. As fotografias enviadas por Gray a Harald Stadler, professor da Universidade de Innsbruck, confirmaram a tradução. Stadler reconheceu que o epitáfio correspondia a uma lápide há muito desaparecida do museu da cidade italiana de Civitavecchia, perto de Roma, onde o objeto fora originalmente descoberto.
Com a confirmação da identidade da peça, Lusnia entrou em contacto com o museu italiano, e Santoro entregou o artefacto à equipa de crimes contra a arte do FBI, dando início ao processo formal de repatriação. O grupo informal que Santoro apelidou de “equipa da lápide” começou então a investigar como um vestígio romano teria atravessado o Atlântico e ido parar ao seu jardim.
Durante a investigação, Lusnia visitou o museu de Civitavecchia e constatou que a instituição fora quase totalmente destruída durante os bombardeamentos aliados entre 1943 e 1944. Quando o museu reabriu em 1970, grande parte do seu espólio estava perdida. Um inventário de 1954 mencionava a lápide de Congenius Verus, mas baseava-se em documentos antigos, e não em observação direta — um indício de que o objeto desaparecera no caos da guerra.
Os investigadores acreditam que a lápide poderá ter sido levada por soldados aliados após a ocupação de Roma em 1944. A possibilidade de ter sido vendida por um antiquário ou transportada inadvertidamente por um turista após o conflito também não está excluída.
O museu de Civitavecchia prepara-se agora para receber de volta o artefacto e prevê celebrar a recuperação com uma cerimónia pública.
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