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Um estudo lançado na segunda-feira, no Journal of the Human Development and Capabilities, alerta que o uso de smartphone em crianças antes dos 13 anos está associado a pensamentos suicidas, pior regulação emocional, baixa autoestima e despersonalização (experiência de sentimentos de irrealidade), revela a CNN.

“Por cada ano antes dos 13 anos que uma pessoa adquire um smartphone, a sua saúde mental e bem-estar tendem a ser mais baixos”, revela o estudo.

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Os resultados foram tão “rigorosos” que os investigadores apelaram a uma restrição global para a prevenção do uso de redes sociais e smartphones em pré-adolescentes.

A autora principal do estudo, Tara Thiagarajan, fundadora e chefe cientista do Sapien Labs (organização sem fins lucrativos que fez a investigação), afirma que é também necessário uma regulação do ambiente digital no qual os jovens estão expostos.

Enquanto outros estudos se focaram em como o uso do smartphone está relacionado com ansiedade e depressão, esta investigação aponta para os sintomas menos estudados, como a regulação emocional e a autoestima.

Esperar até aos 16 anos para redes sociais 

O psicólogo social Jonathan Haidt sugeriu no seu livro “A Geração Ansiosa” esperar até aos 16 anos para deixar os jovens usar redes sociais, acrescentando que é necessário falar com os pais dos amigos e coletivamente aceitarem não deixar as crianças usar redes sociais até essa idade.

O grupo Wait Until 8th criou um compromisso que os progenitores podem assinar onde prometem não deixar os filhos usarem smartphones até ao final do oitavo ano.

Melissa Greenberg, psicóloga clínica em New Jersey, afirma que mesmo as pessoas que não estão a falar sobre isso, podem ficar aliviadas se alguém iniciar a conversa.

Para os pais, se os seus filhos já utilizam smartphones antes dos 13 e estão preocupados com os resultados, a psicóloga clínica deixa uma nota: “não entrem em pânico”.

Deixa também algumas dicas, como começar a abordar o tema da ansiedade, autoestima, emoções e não ter medo de procurar outro caminho se o que seguir não der resultado.

Os pais têm tentado o controlo parental, mudar para um telemóvel antigo ou apagar apps. As crianças podem não reagir bem, avisa a especialista clínica, mas é necessário não deixar de intervir.

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O estudo tem como base um inquérito feito a quase dois milhões de pessoas em 163 países. Os resultados foram auto-relatados, o que significa que não foram verificados de forma independente pelos investigadores. A investigação também não consegue identificar quais os tipos de utilização dos smartphones que influenciaram os resultados e não consegue explicar como estes poderão mudar à medida que as tecnologias evoluem.

Em Portugal, como o 24notícias noticiou, "o Governo aprovou o decreto-lei que "regula a utilização, no espaço escolar, de equipamentos ou aparelhos eletrónicos com acesso à internet, como 'smartphones', proibindo o seu uso pelos alunos do 1.º e do 2.º ciclos do ensino básico, a partir do próximo ano letivo".