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Portugal precisa de imigrantes? Sim, tal como quase todos os países desenvolvidos. Mas de uma imigração ordenada, regulada, exigente, que não crie guetos culturais. Agitar espantalhos sobre a visão deste Governo para a imigração, tentando passar a ideia de que alguém alguma vez disse que não precisamos de imigrantes ou que quase se jura que ouviram Montenegro a dizer que quer construir um muro, é insultuoso para quem vive os impactos da herança laxista da esquerda.
Felizmente os meninos da Juventude Popular - JP não veem Portugal em 2025 como um entreposto colonial, que vive da importação da mão de obra pobre e vulnerável para colmatar a ausência de produtividade. Os meninos da JP não acham que Portugal só avança com a chegada de remessas de quem muitas vezes é matéria prima para a escravatura moderna, porque “precisamos de quem carregue os baldes de massa”. Num mundo onde o trabalho físico virá a ganhar cada vez menos relevância, é representativo da pouca ambição que se tem para o país dizer que precisamos de imigrantes porque se não não se constroem casas.
Quando se diz que "não são os meninos da JP que vão acartar baldes de massa", repete-se um cliché infantil (mas bom para os gostos nas redes sociais) que pretende humilhar quem defende políticas estruturadas, como se a única forma de contribuir para o país fosse com trabalho físico. A Juventude Popular orgulha-se de defender o mérito, a responsabilidade social e a coesão nacional. Isso implica acolher e integrar, com conta peso e medida, e com dignidade.
Integrar não é apenas abrir as portas — é garantir que quem entra conhece a língua, os valores que deve respeitar, compreende a cultura e de preferência participa ativamente na vida em comunidade. De outro modo, não há integração: há apenas coexistência paralela, utilitarista, com tudo o que isso implica em termos de fragmentação social.
Sobre a segurança social, ninguém contesta os dados, ainda que seja preciso tempo para perceber se são realmente sustentáveis a médio-longo prazo, até porque não são as levas de imigrantes que vão resolver um modelo económico que continua a adiar reformas estruturais no emprego e na demografia. E mais importante ainda: não se pode avaliar o estado do país apenas com base em folhas de Excel. Há uma diferença entre números bonitos num ficheiro e a realidade vivida por quem enfrenta serviços públicos sobrecarregados e tensões sociais cada vez mais visíveis. Na JP sabemos disso.
Os Henriques Raposos deste país, que veem o mundo através de colunas de opinião e debates de podcast, não sentem o impacto da imigração descontrolada. Não são eles que lidam com a saturação dos centros de saúde, com rendas impossíveis, os transportes sobrelotados ou com bairros onde a convivência se deteriora. Esses problemas afetam os portugueses comuns, os que não estão a contar com uns imigrantes para lhes construírem a casa de férias.
A realidade portuguesa não se resolve com discursos redutores para chamar à atenção nas redes sociais nem com romantismos sobre sociedades abertas. São aliás esses romantismos que estão a prejudicar as ditas sociedades abertas. Porque há muito que o romance vivido em certas colunas de opinião deixou de ter qualquer ligação ao drama da vida real.
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