
Em comunicado, a fundação de caridade refere que as crianças foram assistidas no âmbito de uma iniciativa de nutrição em curso nos distritos de Buzi, Nhamatanda, Dondo e Beira, na província de Sofala, que consiste na distribuição mensal de papas fortificadas e cestas básicas para menores em situação de desnutrição e suas famílias.
"Com este projeto, pretendemos eliminar a desnutrição aguda grave, principalmente nesta província. Devido ao baixo nível socioeconómico, há uma alta incidência de desnutrição", indica a coordenadora do Projeto de Reabilitação Nutricional na Fundação Tzu Chi Moçambique, Vannesia Figueiredo, citada no comunicado.
Só no ano passado, quase mil crianças com desnutrição foram assistidas naquele ponto do país: "além das papas reforçadas e cestas básicas, nós investimos muito em demonstrações culinárias de modo a incentivar e educar as famílias a realizarem práticas saudáveis e mais nutritivas, no dia-a-dia, com alimentos produzidos localmente, a fim de combater a desnutrição", acrescenta-se no mesmo documento, citando a coordenadora.
O Governo moçambicano lançou, em 20 de junho, uma nova estratégia de segurança alimentar com que pretende reduzir a desnutrição crónica infantil no país, que tem sido agravada pelas alterações climáticas nos últimos anos.
A estratégia visa "ter uma agricultura saudável, nutritiva e em escala que possa resolver o problema alimentar do país", disse, naquela data, Roberto Albino, ministro da Agricultura, Ambiente e Pescas, ao lançar a nova Política e Estratégia de Segurança Alimentar e Nutricional (PESAN).
O país tem avançado na redução da insegurança alimentar, mas a desnutrição crónica, especialmente em crianças menores de 5 anos, ainda permanece elevada, afetando 37% deste grupo populacional, de acordo com os dados do Governo divulgados em 2023.
Para enfrentar o problema, foi elaborado o PESAN 2024-2030 visando integrar esforços multissetoriais para garantir a segurança alimentar e nutricional em todo o país, afirmou Roberto Albino.
O documento lançado em 20 de junho visa "fornecer assistência técnica de qualidade, criar mecanismos para incentivar que os que têm formação técnica e profissional tenham espaço para disseminar o conhecimento aos produtores à sua volta", acrescentou.
De acordo com a secretária executiva do Secretariado Técnico de Segurança Alimentar e Nutricional (SETSAN), ao longo dos últimos dez anos, a taxa de desnutrição crónica em crianças menores de 5 anos de idade baixou de 43% (2013) para os atuais 37% (2023), níveis considerados ainda muito altos quando comparados com as recomendações da Organização Mundial da Saúde.
Grupos de organizações da sociedade civil no país têm alertado para a urgência no combate à desnutrição infantil em Moçambique, situação agravada por fatores climáticos e de segurança.
PME (RYR) // MLL
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