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Falando a partir da cidade de Pokrovsk, próxima da linha da frente, Zelensky afirmou que os soldados ucranianos estão “a lutar não apenas pelas suas famílias e casas, mas pelo futuro europeu da Ucrânia”, reiterando o desejo de ver o país tornar-se membro da UE antes de 2030. Sublinhou que o ritmo das negociações “não depende de nós”, mas insistiu que “quanto mais rapidamente pudermos abrir os clusters de negociação, melhor”. Defendeu ainda as reformas anticorrupção da Ucrânia, apesar das críticas de Bruxelas, que apontou a necessidade de progressos firmes e recordou a polémica reforma revertida no verão que teria enfraquecido o quadro legal de combate à corrupção.
Zelensky revelou também ter conversado com o presidente norte-americano, Donald Trump, que, segundo o líder ucraniano, se mostrou favorável à adesão da Ucrânia e prometeu ajudar a desbloquear o veto da Hungria, embora sem indicar qualquer prazo. O presidente ucraniano recusou, contudo, oferecer concessões especiais a Viktor Orbán, acusando o primeiro-ministro húngaro de “beneficiar apenas a Rússia” ao manter a sua oposição. “Se cumprimos as regras de adesão, queremos que isso seja respeitado — não apenas por nós, mas também pelo líder húngaro”, afirmou.
A presidente moldava, Maia Sandu, adotou um tom semelhante, afirmando que a Moldávia está pronta para abrir todos os capítulos de negociação e apelando à União Europeia para definir um calendário claro para avançar com o processo, que continua bloqueado pela Hungria. Sandu advertiu que, se não houver progressos nos próximos três anos — período que antecede as próximas eleições presidenciais moldavas —, a falta de resultados poderá enfraquecer os políticos pró-europeus do país. “As soluções existem. Se a UE quiser resolver o impasse e for criativa, conseguirá fazê-lo”, declarou.
O relatório da Comissão Europeia elogia os avanços de Montenegro, Albânia, Ucrânia e Moldávia, mas é crítico em relação à Sérvia e especialmente à Geórgia, cuja trajetória democrática é descrita como “em forte retrocesso”. A comissária de Alargamento, Marta Kos, reconheceu que a luta contra a corrupção é uma “linha vermelha” para a UE, embora tenha elogiado o empenho reformista de Kiev. Já a chefe da diplomacia europeia, Kaja Kallas, afirmou que a invasão russa da Ucrânia “torna o alargamento uma necessidade geopolítica”, mas sublinhou que a União “não cortará caminho nem fará atalhos”, considerando, no entanto, “realista” o objetivo de ter novos membros até 2030.
Paralelamente, a Alemanha anunciou planos para aumentar em três mil milhões de euros a sua ajuda militar à Ucrânia em 2026, elevando o total para 11,5 mil milhões de euros, incluindo artilharia, drones, veículos blindados e dois sistemas Patriot de substituição.
Também o vice-primeiro-ministro de Montenegro, Filip Ivanović, reafirmou a meta de o país se tornar o 28.º Estado-membro da UE até 2028. Já a primeira-ministra ucraniana, Yulia Svyrydenko, saudou o relatório da Comissão, considerando-o “o melhor resultado em três anos” e garantiu que a Ucrânia “segue confiante rumo à plena adesão”, um objetivo que, recordou, “motivou milhões de ucranianos a saírem para o Maidan há quase 13 anos”.
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