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Nalgumas zonas de Portugal, Espanha, Itália e Grécia, as temperaturas mínimas não descerão abaixo dos 30 graus mesmo durante a noite, o que levou as autoridades nalguns casos a encerrar escolas e a emitir avisos de saúde para as pessoas vulneráveis.

A temperatura mais elevada registada hoje em Portugal foi de 46,6º Celsius em Mora, distrito de Évora, um valor próximo do máximo absoluto no país, em 01 agosto de 2003, então 47,3 graus na Amareleja (Beja), segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

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Devido à onda de calor que está a atingir o país, o IPMA colocou sete distritos do continente em aviso vermelho, entre hoje e terça-feira: Lisboa, Setúbal, Santarém, Évora, Beja, Castelo Branco e Portalegre.

Os restantes distritos estarão com avisos laranja (o segundo mais grave) e amarelo, variando nos dias entre hoje e terça-feira.

No sábado, a Espanha tinha registado um recorde, ainda não confirmado, desde que há registos, com 46°C em Granado, na Andaluzia. O recorde anterior era de 45,2°C em Sevilha, em junho de 1965.

As autoridades alertam também para o elevado risco de incêndios florestais, que já afetaram alguns países.

Um anticiclone proveniente do interior do continente africano vai continuar a provocar uma subida progressiva das temperaturas, já que a entrada de uma massa quente e seca de origem sahariana reforça a subida dos termómetros em valores "anormalmente elevados e persistentes, tanto de dia como de noite, que podem constituir um risco para as pessoas", alertou a Agência Estatal de Meteorologia de Espanha.

Por esta razão, todas as regiões ativaram avisos de calor, em 12 delas com "risco significativo", e na mesma linha segue a Itália, com o Ministério da Saúde italiano a colocar 21 cidades em alerta vermelho, considerando que as temperaturas, que atingiram os 40 graus, representam um risco para a saúde.

Em Itália, 21 cidades estavam hoje em alerta máximo devido ao calor extremo, incluindo Milão, Nápoles, Veneza, Florença e Roma, onde as ambulâncias estavam estacionadas perto de locais turísticos.

Em Milão, por exemplo, o termómetro poderá ultrapassar os 37-38 graus durante cinco dias consecutivos, o que não tem precedentes na cidade.

De acordo com Mario Guarino, vice-presidente da Sociedade Italiana de Medicina de Emergência, os serviços de emergência hospitalar italianos registaram um aumento de 10% nos casos de insolação, “principalmente nas cidades onde não só as temperaturas são muito elevadas, mas também os níveis de humidade são mais altos”.

As principais vítimas: “os idosos, os doentes com cancro e os sem-abrigo que sofrem de desidratação, insolação e fadiga”, disse à AFP.

A França também não foi poupada pela vaga de calor que começou na sexta-feira. Dos 95 departamentos do país, 84 foram colocados em alerta laranja para segunda-feira, em comparação com 73 no domingo, e são esperadas máximas de 40°C no sul do Mediterrâneo.

Mas a Météo-France já avisou que as temperaturas voltarão a subir na segunda-feira, exceto na zona do Mediterrâneo. O pico, em que as temperaturas máximas de 39°C a 40°C serão “bastante frequentes”, será atingido “por volta de terça ou quarta-feira, consoante a região”.

Entre outras consequências, algumas escolas podem ser temporariamente encerradas na segunda-feira, e uma praia da Bretanha está interdita porque o limiar de gases tóxicos provenientes de algas verdes em decomposição foi ultrapassado.

Os meteorologistas esperam que as temperaturas desçam este domingo em toda a Grécia, na sequência da recente vaga de calor, embora possam ainda atingir os 36 graus Celsius, noticiou o diário Kathimerini.

Na semana passada, a Grécia registou os primeiros incêndios florestais da época de verão. As chamas foram controladas em poucos dias, com a ajuda de centenas de bombeiros e dezenas de veículos e aviões-tanque.

Nos Balcãs ocidentais, os meteorologistas preveem temperaturas que podem atingir os 36 graus esta semana, especialmente ao longo da costa do Adriático, de acordo com a emissora regional N1.

Preveem ainda ventos fortes e temperaturas elevadas entre 35 e 37 graus Celsius em grande parte da Roménia.

Na água, também se registou um recorde: o Mediterrâneo ultrapassou os 26°C nas Ilhas Baleares, um limiar “típico de meados de agosto”, segundo a agência meteorológica nacional Aemet.

Os cientistas consideram que as vagas de calor repetidas são um sinal inequívoco do aquecimento global e que estas vagas de calor vão aumentar em número, duração e intensidade.

De acordo com o IPCC, o grupo de peritos em clima da ONU, é “quase certo” que a frequência e a intensidade do calor extremo e a duração das ondas de calor aumentaram desde 1950 e vão continuar.