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As palavras de Trump seguem-se a comentários feitos na terça-feira, quando disse preferir “salvar vidas” e resolver a situação da “maneira mais fácil”, embora admitindo que os EUA poderão ser forçados a atuar “da maneira mais difícil”. “E também não há problema”, frisou então.

Nas últimas semanas, a Casa Branca tem ponderado até um possível telefonema entre Trump e Nicolás Maduro, segundo avançou o Axios, embora não haja confirmação de que a conversa irá acontecer.

Turquia surge como possível destino para Maduro

Apesar de persistirem dúvidas sobre a forma que a operação militar norte-americana poderá assumir, já circulam cenários para o futuro de Maduro caso o Governo venezuelano venha a cair. De acordo com o Washington Post, altos responsáveis dos EUA consideram que a Turquia poderá acolher o Presidente venezuelano, beneficiando da relação cordial que mantém com Recep Tayyip Erdoğan.

Segundo uma fonte citada pelo jornal, “a Turquia é o lugar perfeito” para um eventual exílio. Maduro “confia em Erdoğan, que tem boas relações com Trump”. A mesma fonte questionou: “Ao final do dia, que desfechos realistas e aceitáveis existem?”.

Uma das condições exigidas para este cenário passaria por garantir que Maduro não seria extraditado para os Estados Unidos, onde é procurado pelo FBI. As autoridades norte-americanas oferecem atualmente uma recompensa de 50 milhões de dólares (cerca de 43 milhões de euros) por informações que levem ao seu paradeiro. Oficialmente, a Casa Branca não comentou as informações avançadas pelo Washington Post.

Maduro pede prontidão militar

Em Caracas, Maduro respondeu ao clima de tensão pedindo à força aérea venezuelana que permaneça “alerta, prontos e dispostos” a defender o país. “Peço-vos que estejam sempre imperturbáveis na vossa serenidade, alerta, prontos e dispostos a defender os nossos direitos como nação, como pátria livre e soberana, e sei que nunca falharão à Venezuela, sei que a Venezuela conta convosco”, afirmou num discurso transmitido remotamente durante celebrações do 105.º aniversário da força aérea.

O ministro da Defesa, Vladimir Padrino López, acusou governos da região de colaborarem com interesses “imperialistas” para militarizar as Caraíbas. As declarações foram feitas no mesmo dia em que o secretário de Guerra dos EUA, Pete Hegseth, visitou o porta-aviões USS Gerald R. Ford, agradecendo às tropas o combate aos cartéis da droga.

A presença militar norte-americana intensificou-se nos últimos dias, incluindo demonstrações de bombardeiros B-52H na segunda-feira. O aumento da turbulência na região levou a Venezuela a restringir fortemente a atividade aérea civil. Na noite de quarta-feira, o Governo venezuelano anunciou a revogação das licenças de várias companhias — TAP, Iberia, Turkish Airlines, Avianca, Latam Colombia e Gol — acusando-as de se “unirem aos atos terroristas” promovidos por Washington.

Na quinta-feira, o Aeroporto Internacional de Maiquetia funcionou com oferta reduzida, com apenas sete partidas e sete chegadas previstas. A Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA) apelou a Caracas para que reconsidere a decisão.

A vice-presidente Delcy Rodríguez acusou ainda a Administração Trump de pressionar outros países para isolarem a Venezuela, defendendo um reforço das ligações aéreas com Moscovo.

Na semana anterior, a Administração Federal de Aviação dos EUA (FAA) tinha recomendado “extrema cautela” no sobrevoo da Venezuela e do sul das Caraíbas, desencadeando cancelamentos em cadeia. Portugal avisou, entretanto que não cederá a ameaças após a suspensão da licença da TAP, enquanto a Iberia afirmou esperar retomar operações assim que a segurança estiver garantida.

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