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“Embora se sintam melhor por perder peso, em certos aspetos sentem que parecem mais velhos”, afirmou Paul Jarrod Frank à CNN. O fenómeno, especialmente visível em pessoas com mais de 40 anos que perdem mais de 10 quilos, tem levado muitos pacientes a recorrer a preenchimentos dérmicos, lifting facial e transferências de gordura para restaurar a aparência anterior.
De acordo com a reportagem, cerca de 20% dos pacientes do Dr. Frank utilizam atualmente fármacos GLP-1 (principalmente no tratamento do diabetes tipo 2) como parte de um “regime de longevidade”. “Alguém que antes usava uma seringa de preenchimento, agora usa duas ou três”, afirmou.
Segundo a American Society of Plastic Surgeons (ASPS), dois em cada cinco pacientes que usam GLP-1 consideram fazer cirurgia estética — e um em cada cinco já o fez. A procura por lifting facial nos EUA aumentou 8% entre 2022 e 2023, enquanto o uso de preenchimentos com ácido hialurónico duplicou desde 2017, ano em que o Ozempic foi aprovado para a diabetes.
Um dos exemplos é Kimberly Bongiorno, de 55 anos, que após perder cerca de 20 quilos com Wegovy, procurou cirurgia estética para corrigir flacidez no rosto e pescoço. “Parecia que tinha derretido”, disse à CNN. Hoje, após lifting facial e outras intervenções, sente-se “mais saudável e feliz”.
O impacto da rápida perda de peso vai além da face. Frank referiu ainda a possibilidade de uma “Ozempic body”, com perda muscular generalizada quando a perda de peso ultrapassa um a dois quilos por semana. Por isso, algumas clínicas falam já de “Ozempic makeover” — um conjunto de cirurgias que pode incluir lifting de braços, coxas, seios e abdómen.
A CNN destaca também que o fenómeno atinge pessoas mais jovens. Gabriela Vasquez, de 29 anos, recorreu à toxina botulínica preventiva e microneedling após perder 50 quilos com Ozempic. “Nunca tive linha do maxilar… e agora tenho”, contou.
Contudo, o futuro destes procedimentos permanece incerto, alerta a reportagem da CNN Internacional. Um estudo recente mostrou que a maioria dos utilizadores abandona os medicamentos ao fim de um ano e que o peso perdido é, muitas vezes, recuperado em menos de 10 meses. O “efeito ioiô”, ou Ozempic, poderá comprometer os resultados estéticos obtidos com cirurgias.
Para o cirurgião Dr. Steven Williams, também citado pela CNN, a abordagem deve ser integrada: “Não queremos que os pacientes fiquem nestas medicações para sempre. Elas devem ser uma ponte temporária para um estilo de vida mais saudável”.
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