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Os chamados “iogurtes para o colesterol” são alimentos funcionais enriquecidos com esteróis ou estanóis vegetais.
Estes componentes, que têm o objetivo de proporcionar benefícios à saúde, reforçam os iogurtes que por si só já contam com os nutrientes habituais — proteínas, hidratos de carbono, lipídos, vitaminas e sais minerais.
“Não deixam de ser alimentos só que lhes foi adicionado um componente, por meios tecnológicos ou biotecnológicos, que lhe acrescentam benefícios para a saúde”, explica Luís Negrão, assessor médico da Fundação Portuguesa de Cardiologia.
O que são os esteróis vegetais?
Os esteróis vegetais (ou fitoesteróis) são semelhantes ao colesterol, mas só existem em alimentos de origem vegetal, como frutas, legumes, sementes, frutos secos, óleos e cereais integrais. Como a quantidade natural é pequena, a indústria alimenta vários produtos — como iogurtes, leites, queijos, cremes vegetais e até molhos — com doses mais elevadas destas substâncias.
Mas será que estes produtos resultam mesmo? A ciência diz que sim.
“Estudos realizados com esteróis vegetais demonstraram que o seu consumo diário numa dose de 2g estava associado a uma redução de 7%-10% dos valores de LDL e de 5% a 10% dos valores de colesterol total, no período de 2 a 3 semanas”, afirma o médico.
O LDL (lipoproteína de baixa densidade), também conhecido como “mau colestrol” transporta gordura no sangue e, quando está em excesso, pode acumular-se nas artérias, aumentando o risco de doenças cardiovasculares como enfartes ou AVC.
Como devem ser consumidos?
Apesar dos benefícios que o consumo destes iogurtes pode trazer para a saúde, quem já toma medicação para baixar o colesterol, assim como grávidas, mulheres a amamentar e crianças até aos 5 anos, só deve consumir esteróis vegetais com indicação médica, pois podem baixar demasiado o colesterol ou afetar a saúde.
Além da redução do colesterol, os esteróis vegetais têm sido associados a outros benefícios para o organismo, como proteção contra certos tipos de cancro e diminuição do estado inflamatório. Ainda assim, devem ser consumidos com moderação.
“Nenhum benefício adicional foi verificado a partir das 2g-3g diárias. Além disso, o consumo de esteróis vegetais durante períodos de tempo prolongados pode resultar numa redução moderada dos níveis plasmáticos de carotenoides”, diz Luís Negrão.
Isto significa que o consumo de esteróis vegetais em excesso não traz benefícios extra e pode até reduzir moderadamente alguns nutrientes importantes no sangue, como carotenoides (relacionados com a vitamina A, bons para a visão, pele e defesas) e tocoferol (vitamina E, com funções antioxidantes e protetoras).
Esse efeito pode ser compensado ao comer frutas e legumes ricos em vitamina A, como cenoura, abóbora, manga ou espinafres, e alimentos ricos em vitamina E, como frutos secos, sementes, óleos vegetais e ovos.
“A inclusão de esteróis vegetais na alimentação é uma estratégia eficaz para a redução dos valores de colesterol LDL e total, contudo nunca deve ser adotada como estratégia única e sim aliada a uma alimentação variada e equilibrada e a um estilo de vida saudável”, explica.
Questionado sobre quem pode beneficiar mais com estes iogurtes, o especialista responde com “todos”, exceto quem não acredita que “a prevenção está na mão de cada um de nós”.
“O sucesso terapêutico consegue-se com ‘um passo de cada vez’, sem pressas mas sem pausas, acreditando nos benefícios da mudança”, afirma.
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