Acompanhe toda a atualidade informativa em 24noticias.sapo.pt
"Se as tropas ucranianas abandonarem os territórios ocupados, cessaremos as hostilidades. Se não saírem, expulsá-las-emos pela força militar", declarou Putin.
O presidente russo não esclareceu se se referia exclusivamente às regiões orientais de Donetsk e Lugansk ou se incluía também Kherson e Zaporizhzhia, no sul. Moscovo reivindica a anexação destas quatro regiões desde setembro de 2022, embora não tenha controlo total sobre elas.
A eventual cedência de Donetsk e Lugansk — que compõem a região do Donbass — constava do plano inicial de 28 pontos apresentado pelos Estados Unidos para pôr fim à guerra. Após consultas com Kiev e com a União Europeia, o plano foi reduzido para 19 pontos.
Putin admitiu que esse projeto pode servir de base para futuros entendimentos. "Em geral, concordamos que esta pode ser a base para futuros acordos", afirmou, acrescentando que a versão discutida entre Estados Unidos e Ucrânia em Genebra já foi transmitida a Moscovo. O líder russo reconheceu que Washington está a considerar a posição da Rússia, mas sublinhou que “alguns pontos ainda têm de ser discutidos”.
O presidente russo voltou também a reiterar a sua posição de que a liderança ucraniana é ilegítima, afirmando que tal impossibilita a assinatura formal de qualquer acordo com Kiev. Defendeu, por isso, que qualquer documento terá de ser reconhecido internacionalmente — e que a comunidade internacional deverá igualmente reconhecer os avanços territoriais russos.
“Isto é um disparate”
Putin reagiu ainda às críticas dirigidas ao enviado norte-americano Steve Witkoff, acusando de absurdo o alegado alinhamento deste com Moscovo nas negociações. "Isto é um disparate", disse, descrevendo Witkoff como “um cidadão norte-americano que defendeu os interesses do seu país”.
Witkoff foi alvo de polémica após ter sido divulgada uma gravação em que aconselhava um conselheiro do Kremlin sobre como Putin deveria conduzir conversações de paz com o presidente Donald Trump.
Nos últimos dias, têm surgido sinais de progresso diplomático. A Casa Branca anunciou “progressos enormes”, embora reconheça que persistem “pontos delicados”. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, também confirmou estar disposto a avançar com o plano de paz após contactos com Trump e com aliados internacionais.
Ainda assim, apesar do aparente otimismo, permanece a incerteza. O Kremlin insiste que é “prematuro” falar num acordo iminente, e várias fontes indicam que Moscovo e Kiev continuam longe de um entendimento sobre questões essenciais.
__
A sua newsletter de sempre, agora ainda mais útil
Com o lançamento da nova marca de informação 24notícias, estamos a mudar a plataforma de newsletters, aproveitando para reforçar a informação que os leitores mais valorizam: a que lhes é útil, ajuda a tomar decisões e a entender o mundo.
Assine a nova newsletter do 24notícias aqui.
Comentários