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“Como dizia Adelino Amaro da Costa, as autarquias estão para o CDS como os sindicatos estão para os partidos de esquerda e estas eleições autárquicas são absolutamente decisivas para que o CDS possa consolidar a sua posição como quarta força política autárquica em Portugal”. A frase é de Paulo Nuncio durante a moção de Censura do Chega ao Governo da AD.

Também Nuno Melo disse que a noite das autárquicas foi “muito feliz para o CDS”. Acrescentou que “acabou o ciclo de resistência e começou o ciclo de crescimento”. Para depois desafiar quem o ouvia: “Contem os votos, contem os autarcas”.

Atendemos ao desafio e fomos contar. Ora, em 2021 o CDS tinha ganho sozinho seis autarquias. Exatamente as mesmas que ganhou em 2025. E em 2025 teve 74.869 votos, menos 14.485 do que os que teve em 2021.

Ora, seguindo o raciocínio de Paulo Núncio seria então interessante questionar porque é que o CDS que valoriza tanto os autarcas apenas se candidatou sozinho a 50 câmaras indo coligado a mais do dobro (114). Ao longo da campanha Nuno Melo foi repetindo que o CDS é um "partido que vale por si", mas para crescer parece continuar a precisar de ir coligado.

Se pusermos, por exemplo, a lupa em Viseu - lugar onde o CDS era rei antes de se tornar Cavaquistão e onde ao longo destes mais de 30 anos foi tendo vereadores amiúde. Este ano, não só o PS vai passar a sentar-se nos Paços do Concelho, como o CDS deixou de ser a terceira força política para dar lugar ao Chega que até conseguiu eleger um vereador.

O “impensável” aconteceu

O Chega aumentou o número de votos no país 445.711, uma vitória por si, mas ficou longe dos objetivos e das promessas.

André Ventura, que fez das autárquicas uma campanha à sua popularidade, disse que seria “impensável” ganhar menos câmaras do que a CDU ou do que o CDS. Ora, os comunistas tiveram 12 câmaras, tendo perdido oito em relação a 2021, e os democratas cristãos mantiveram as seis que já tinham em 2021. E o Chega? De facto conquistou as primeiras autarquias, e até se tornou a segunda força política em vários sítios, mas o “impensável” aconteceu e o Chega conquistou apenas quatro municípios.

PS falha objetivo “objetivo político fundamental”

O secretário-geral do Partido Socialista, José Luís Carneiro, afirmou na última semana de campanha que o seu “objetivo político fundamental” era vencer as eleições autárquicas em Lisboa e no Porto. O Porto esteve renhido, mas a Câmara ficou nas mãos de Pedro Duarte. E, em Lisboa, a coligação de esquerda também não conseguiu vencer. Mas ainda assim, ontem assistimos a um José Luís Carneiro confiante de que o partido "está de volta" e que se pode apresentar outra vez como "o grande partido alternativo à AD".

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