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Numa madrugada de junho de 2024, ao largo da costa da Baixa Califórnia, no México, a rotina a bordo do navio de investigação Pacific Storm foi subitamente interrompida. Enquanto terminavam o café e se preparavam para mais um dia de buscas, os cientistas ouviram o aviso vindo da ponte: “Baleias! Bombordo!”, conta o The Guardian.

A partir desse momento, iniciou-se uma das mais improváveis descobertas recentes no estudo dos cetáceos — a observação, pela primeira vez na natureza, de baleias-bicudas-de-ginkgo.

Durante horas, dois exemplares juvenis surgiam e desapareciam, sempre fugidios, até que o investigador Robert Pitman, hoje reformado da Universidade Estatal do Oregon, conseguiu disparar uma pequena seta a partir de uma balestra modificada. O impacto retirou um fragmento de pele do tamanho de uma borracha de lápis — o suficiente para, mais tarde, confirmar aquilo que a equipa suspeitava: estavam perante uma espécie nunca antes vista viva.

Elizabeth Henderson, investigadora do Centro Naval de Guerra da Informação dos EUA e autora principal do estudo entretanto publicado na Marine Mammal Science, recorda a emoção coletiva. “Tínhamos trabalhado tanto para isto. Toda a gente no barco comemorou porque finalmente o conseguíramos.”

De recordar que existem 24 espécies conhecidas de baleias-bicudas, mas muitas delas são praticamente um mistério. São os mamíferos que mergulham a maiores profundidades, passam quase toda a vida longe da superfície e revelam-se extremamente tímidos perante embarcações. Na maioria dos casos, as espécies foram descritas apenas a partir de animais mortos que deram à costa; a última nova espécie foi identificada em 2021.

O avistamento no México surpreendeu os cientistas: registos anteriores de encalhes desta espécie tinham ocorrido no Japão, do outro lado do Pacífico.

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