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Neste momento, estão dez jornalistas a trabalhar pela agência France Presse (AFP) em Gaza, na cobertura do conflito entre Israel e o Hamas. O comunicado publicado nas redes sociais pela Sociedade dos Jornalistas (SDJ) da AFP explica a urgência do problema.

"Desde que a AFP foi fundada, em agosto de 1944, perdemos jornalistas em conflitos, tivemos feridos e prisioneiros entre as nossas fileiras, mas nenhum de nós se lembra de ter visto um colaborador morrer de fome". E acrescentam: "Recusamo-nos a vê-los morrer".

A Direção da Agência France também reagiu nas redes sociais À "angústia expressa pela SDJ quanto à situação terrível dos seus colaboradores na Faixa de Gaza".

De acordo com a direção, a AFP tem envidado esforços para evacuar os seus colaboradores freelancers, apesar das enormes dificuldades impostas pelo bloqueio rigoroso ao território. Entre janeiro e abril de 2024, oito funcionários da AFP e os seus familiares conseguiram ser evacuados de Gaza.

O agravamento da guerra levou a uma situação de urgência humanitária e de saúde, uma vez que as organizações não conseguem fazer chegar comida e alimentação a todo o lado, e os centros de distribuição continuam a ser atacados, causando dezenas de mortes.

"Neste contexto, o trabalho dos nossos freelancers palestinianos é fundamental para informar o mundo", declara a AFP.

"Há meses que assistimos, impotentes, à deterioração dramática das suas condições de vida. A sua situação é hoje insustentável", reforça, apelando às autoridades israelitas para autorizarem a sua evacuação imediata.

Em resposta, o governo francês exigiu que a "imprensa livre e independente possa aceder a Gaza para mostrar o que está acontecer" no enclave palestiniano, atualmente em risco de fome segundo a ONU, afirmou esta terça-feira o ministro francês dos Negócios Estrangeiros, Jean-Noël Barrot.

De acordo com o chefe da diplomacia francesa, o país está "a dedicar muitos esforços e muita energia" para evacuar os colaboradores da AFP do território palestiniano. "Temos esperança de poder retirar alguns jornalistas nas próximas semanas", acrescentou.

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"Propaganda do Hamas contra Israel"

Entretanto, Israel responsabiliza o Hamas por prolongar o conflito e por explorar o sofrimento da população de Gaza para fins políticos. "O Hamas é o único responsável pela continuação da guerra e pelo sofrimento de ambos os lados", escreveu o Ministério israelita dos Negócios Estrangeiros na rede social X.

"Em vez de aceitar um cessar-fogo, o Hamas está a conduzir uma campanha de propaganda mentirosa contra Israel. Ao mesmo tempo, age deliberadamente para aumentar as tensões e prejudicar os civis que vêm receber ajuda humanitária", denuncia o ministério.